ATA DA QÜINQUAGÉSIMA PRIMEIRA SESSÃO ORDINÁRIA DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA TERCEIRA LEGISLATURA, EM 19-6-2002.

 


Aos dezenove dias do mês de junho de dois mil e dois. reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi efetuada a segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Beto Moesch, Carlos Alberto Garcia, Dr. Goulart, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Juarez Pinheiro, Marcelo Danéris, Maria Celeste, Paulo Brum, Raul Carrion e Zé Valdir. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Almerindo Filho, Antonio Hohlfeldt, Cassiá Carpes, Elói Guimarães, Ervino Besson, Estilac Xavier, Fernando Záchia, Isaac Ainhorn, Luiz Braz, Maristela Maffei, Nereu D'Avila, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol, Sebastião Melo, Sofia Cavedon, Valdir Caetano, Antônio Augusto Bernd e Maria Luiza. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e determinou a distribuição em avulsos de cópias da Ata da Quadragésima Nona Sessão Ordinária, que deixou de ser votada face à inexistência de quórum deliberativo. À MESA, foram encaminhados: pelo Vereador Adeli Sell, o Projeto de Lei do Legislativo nº 288/01 (Processo nº 4401/01); pelo Vereador Almerindo Filho, Líder da Bancada do PSL, a Emenda nº 06 ao Projeto de Lei do Executivo nº 026/02 (Processo nº 1240/02); pelo Vereador Antonio Hohlfeldt, Líder da Bancada do PSDB, a Emenda nº 01 ao Projeto de Lei do Executivo nº 026/02 (Processo nº 1240/02): pelo Vereador Beto Moesch, 01 Pedido de Providências; pelo Vereador Carlos Alberto Garcia, Líder da Bancada do PSB, a Emenda nº 05 ao Projeto de Lei do Executivo nº 026/02 (Processo nº 1240/02); pelo Vereador Dr. Goulart, subscrito pelo Vereador Aldacir Oliboni, o Substitutivo nº 01 ao Projeto de Lei do Legislativo n° 105/02 (Processo nº 1729/02); pelo Vereador João Antonio Dib, Líder da Bancada do PPB, a Emenda nº 02 ao Projeto de Lei do Executivo nº 026/02 (Processo nº 1240/02); pelo Vereador João Carlos Nedel, 20 Pedidos de Providências, o Pedido de Informações nº 153/02 (Processo nº 2197/02) e a Indicação nº 029/02 (Processo nº 2198/02); pelo Vereador Luiz Braz, os Pedidos de Informações n°s 151 e 152/02 (Processos 2176 e 2177/02, respectivamente); pelo Vereador Marcelo Danéris, Líder da Bancada do PT, as Emendas nºs 03 e 04 ao Projeto de Lei do Executivo nº 026/02 (Processo nº 1240/02); pelo Vereador Raul Carrion, as Emendas nºs 24, 25 e 26 ao Projeto de Lei do Executivo nº 044/02 (Processo nº 2018/02); pelo Vereador Sebastião Melo, os Pedidos de Informações n°s 149 e 150/02 (Processos 2129 e 2130/02, respectivamente) e a Emenda nº 23 ao Projeto de Lei do Executivo nº 044/02 (Processo nº 2018/02). Ainda, foram apregoados Requerimentos de autoria do Vereador Dr. Goulart, deferidos pelo Senhor Presidente, solicitando a retirada de tramitação da Emenda nº 19, aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 044/02 (Processo nº 2018/02) e solicitando que o Projeto de Lei do Legislativo nº 017/02 (Processo nº 0468/02) seja incluído na Ordem do Dia, nos termos do artigo 81 da Lei Orgânica Municipal. Na ocasião, face manifestações formuladas pelo Vereador Adeli Sell, o Vereador Paulo Brum, 2º Secretário da Casa, prestou informações sobre o Pedido de Informações nº 153/02 (Processo nº 2197/02), de autoria do Vereador João Carlos Nedel. Do EXPEDIENTE, constaram: Ofícios nºs 371, 373, 374 e 380/02, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre. A seguir, o Senhor Presidente concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, à Senhora Vera Barcellos, representante da Associação dos Terapeutas Ocupacionais do Rio Grande do Sul - ATORGS, que discorreu a respeito de concurso público para terapeuta ocupacional realizado pela Prefeitura Municipal de Porto Alegre, instando pela nomeação dos candidatos aprovados e pela prorrogação do prazo de vigência do referido certame. Ainda, salientou a importância dos serviços prestados pelo profissional terapeuta ocupacional para a qualificação dos serviços de saúde. Na ocasião, nos termos do artigo 206 do Regimento, os Vereadores João Antonio Dib, Aldacir Oliboni e Raul Carrion manifestaram-se acerca do assunto tratado durante a Tribuna Popular. Também, o Senhor Presidente registrou as presenças das Senhoras Simone Sá Brito, Presidenta da Associação dos Terapeutas Ocupacionais do Rio Grande do Sul - ATORGS, Clori Pinheiro e Christiane Siegmann, terapeutas ocupacionais. Às quatorze horas e trinta e seis minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quatorze horas e trinta e sete minutos, constatada a existência de quórum e, após, foi apregoado documento firmado pelos Vereadores José Fortunati, Paulo Brum, João Carlos Nedel e Aldacir Oliboni, respectivamente Presidente, 2º Secretário, 1º Secretário e 3º Secretário da Câmara Municipal de Porto Alegre, solicitando, nos termos do artigo 94, § 5º, do Regimento, Licença para Tratamento de Saúde para a Vereadora Clênia Maranhão, nos dias dezoito e dezenove de junho do corrente, informando que o Suplente Antônio Augusto Bernd assumiu a vereança no dia de ontem, em substituição a Sua Excelência, integrando a Comissão de Defesa do Consumidor e Direitos Humanos. Em PAUTA ESPECIAL, Discussão Preliminar, 5ª Sessão, esteve o Projeto de Lei do Executivo nº 044/02, discutido pelos Vereadores João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Adeli Sell, Beto Moesch, Raul Carrion e Zé Valdir. Na ocasião, foi apregoada a Emenda nº 27, de autoria do Vereador Dr. Goulart, ao Projeto de Lei do Executivo nº 044/02 (Processo nº 2018/02). Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nºs 120/02, discutido pelo Vereador João Antonio Dib, 123/02, discutido pelos Vereadores João Antonio Dib, João Carlos Nedel e Zé Valdir, e 124/02, discutido pelos Vereadores João Antonio Dib e João Carlos Nedel; os Projetos de Resolução nºs 076 e 077/02, discutidos pelos Vereadores Beto Moesch e Adeli Sell; em 3ª Sessão, o Projeto de Lei do Legislativo nº 111/02. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Antônio Augusto Bernd reportou-se aos resultados de pesquisa de opinião promovida pelo Centro de Pesquisas da Universidade Federal do Estado do Rio Grande do Sul, relativa às intenções de voto aos candidatos ao cargo de Governador do Estado do Rio Grande do Sul, discorrendo sobre o desempenho do Senhor Tarso Genro, candidato do Partido dos Trabalhadores, nessa pesquisa e criticando a atuação política e partidária de Sua Senhoria. O Vereador Isaac Ainhorn discorreu sobre declarações prestadas por candidatos à Presidência da República quanto a projetos para a implementação de políticas de habitação popular no País, comentando propostas apresentadas por Suas Senhorias no sentido de conceder benefícios fiscais para a construção de casas populares e comparando dados técnicos alusivos às taxas de juros praticadas no comércio de implementos agrícolas e na construção civil. O Vereador Fernando Záchia teceu considerações sobre as atividades da Comissão Especial instalada neste Legislativo, destinada a avaliar a implantação de uma nova linha de metrô em Porto Alegre, referindo-se à participação da Empresa Pública de Transporte e Circulação - EPTC - e da Empresa de Trens Urbanos de Porto Alegre - TRENSURB - nos debates quanto ao tema e lamentando a ausência de representantes da Fundação de Planejamento Metropolitano e Regional - METROPLAN em reunião dessa Comissão, realizada na manhã de hoje. O Vereador Raul Carrion registrou a realização, no dia treze de junho do corrente, na Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, de Reunião Extraordinária do Comitê Central do Partido Comunista do Brasil - PC do B, a qual contou com a participação das principais lideranças dessa agremiação partidária e do Partido dos Trabalhadores e na qual foi formalizada a coligação eleitoral entre esses dois partidos políticos para a disputa das próximas eleições para a Presidência da República. O Vereador Marcelo Danéris discorreu sobre as eleições que se realizarão neste ano, tecendo considerações acerca de análises econômicas divulgadas por setores da imprensa e de instituições financeiras internacionais, atinentes à atual conjuntura brasileira e à possibilidade do Senhor Luís Inácio Lula da Silva ser eleito Presidente da República. Nesse sentido, questionou programas de governo apresentados por partidos políticos que fazem oposição às diretrizes ideológicas do Partido dos Trabalhadores. Na ocasião, foram apregoadas as Emendas nºs 28, 29 e 30, de autoria do Vereador João Carlos Nedel, ao Projeto de Lei do Executivo n° 044/02 (Processo nº 2018/02). Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Luiz Braz discursou sobre os índices de crescimento econômico do Estado do Rio Grande do Sul no corrente ano, contrapondo-se às políticas públicas implementadas pelo Partido dos Trabalhadores à frente dos Executivos Estadual e Municipal, especialmente no que se refere à destinação de verbas públicas aplicadas em publicidade oficial. Também, aludiu a programa de governo apresentado pelo Senhor Antônio Britto, candidato ao cargo de Governador do Estado. O Vereador Cassiá Carpes lembrou o transcurso, hoje, do primeiro aniversário de falecimento da ex-Vereadora Teresa Franco, destacando Projetos de Lei de autoria de Sua Senhoria em prol da população de baixa renda do Município e mencionou dados divulgados pelo Governo Federal, pertinentes ao consumo de drogas no País. Ainda, pronunciou-se sobre a questão da abertura do comércio aos domingos e feriados em Porto Alegre e referiu-se às peculiaridades políticas das agremiações partidárias brasileiras. O Vereador João Antonio Dib reportou-se à instalação da montadora de automóveis Ford no Estado da Bahia e comentou decisão exarada pelo Tribunal de Contas do Estado, que determinou a exoneração de funcionários públicos contratados pela Prefeitura Municipal de Gravataí sem a realização de concurso público. Em relação ao assunto, posicionou-se contrariamente à utilização do sistema de cartas-contrato para a admissão de servidores públicos municipais. A seguir, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA e aprovado Requerimento verbal de autoria do Vereador Isaac Ainhorn, solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Decreto Legislativo n° 001/02, por dezessete votos SIM, dez votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Estilac Xavier, João Antonio Dib, Isaac Ainhorn, Sebastião Melo, Elói Guimarães e Luiz Braz, em votação nominal solicitada pelo Vereador Sebastião Melo, tendo votado Sim os Vereadores Antonio Hohlfeldt, Beto Moesch, Cassiá Carpes, Dr. Goulart, Elói Guimarães, Ervino Besson, Fernando Záchia, Isaac Ainhorn, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Nereu D'Avila, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol, Sebastião Melo, Antônio Augusto Bernd e Maria Luiza, Não os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Estilac Xavier, Juarez Pinheiro, Marcelo Danéris, Maria Celeste, Maristela Maffei, Raul Carrion, Sofia Cavedon e Zé Valdir e tendo optado pela Abstenção o Vereador João Bosco Vaz. Na ocasião, face Questão de Ordem formulada pelo Vereador Isaac Ainhorn, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos sobre o processo de votação do Projeto de Decreto Legislativo n° 001/02. A seguir, foi aprovado Requerimento de autoria do Vereador Antonio Hohlfeldt, solicitando que as Emendas de nº 01 a 06, apostas ao Projeto de Lei do Executivo nº 026/02 (Processo nº 1240/02), fossem dispensadas do envio à apreciação de Comissões Permanentes. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Executivo n° 026/02, com ressalva das Emendas a ele apostas, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Antonio Hohlfeldt e Elói Guimarães. Após, foram votadas conjuntamente e aprovadas as Emendas nºs 01, 02, 03, 04, 05 e 06, apostas ao Projeto de Lei do Executivo n° 026/02. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo n° 161/00. Durante a apreciação do Projeto de Lei do Legislativo nº 161/00, o Vereador Paulo Brum deixou de presidir os trabalhos, nos termos do artigo 22 do Regimento. Foi aprovado o Requerimento nº 118/02 (Processo nº 2200/02 - Requer autorização para representar esta Casa em Seminário sobre o meio ambiente e eventos afins, a ser realizado do dia vinte e três ao dia vinte e sete de junho do corrente, na Cidade do Rio de Janeiro - RJ, com percepção de diárias e passagens aéreas), de autoria do Vereador Beto Moesch. Às dezessete horas e cinqüenta e quatro minutos, constatada a inexistência de quórum, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Extraordinária a ser realizada na próxima sexta-feira, às dez horas e quinze minutos. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Carlos Alberto Garcia, João Carlos Nedel, Paulo Brum, Aldacir Oliboni e João Antonio Dib, este nos termos do artigo 27, parágrafo único, do Regimento, e secretariados pelo Vereador Paulo Brum. Do que eu, Paulo Brum, 2° Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada pelos Senhores 1° Secretário e Presidente.

 

 

 


O SR. SECRETÁRIO (Paulo Brum): (Lê as proposições apresentadas à Mesa.)

 

O SR. ADELI SELL: V. Ex.ª poderia reler o Pedido de Informações anterior?

 

O SR. SECRETÁRIO (Paulo Brum): Proc. n.º 2.197/02, Pedido de Informações do Ver. João Carlos Nedel: “Solicita informações sobre o deslocamento de servidores municipais para atuarem na campanha eleitoral.”

 

O SR. ADELI SELL: Ver. Paulo Brum, isso não existe, isso é ilegal.

 

O SR. SECRETÁRIO (Paulo Brum): Ver. Adeli Sell, o Vereador tem o direito de perguntar o que ele quiser, agora se vai receber resposta, eu não sei. (Continua a leitura das proposições.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Passamos à

 

TRIBUNA POPULAR

 

A Sr.ª Vera Barcellos, representando a Associação dos Terapeutas Ocupacionais do Rio Grande do Sul - ATORGS, está com a palavra, pelo tempo regimental de dez minutos.

 

A SRA. VERA BARCELLOS: Ex.mo Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras, Srs. Vereadores e demais presentes, nós elaboramos uma carta que passarei a ler:

“Il.mos Srs. Vereadores do Município de Porto Alegre. A classe dos Terapeutas Ocupacionais do Estado do Rio Grande do Sul, representados pelos seus Conselhos Federal e Regional, COFITO e CREFITO-5 respectivamente, e sua Associação dos Terapeutas Ocupacionais – ATORGS, bem como os Terapeutas Ocupacionais aprovados pelo concurso 314 da Secretaria Municipal de Saúde da Prefeitura Municipal de Porto Alegre – SMS – PMPA, vem solicitar o encaminhamento imediato desses profissionais aprovados à lotação nos Serviços de Saúde gerenciados pelo Município, abaixo listados.

HPS (Unidades: Queimados, Saúde Mental, Neurologia, Traumatologia, Cardiologia, Pediatria...); DST – AIDS; Pan 4, Pan 3; Casa da Harmonia; Casa de Apoio Viva Maria; escolas municipais – principalmente para a inclusão de crianças e adolescentes com necessidades especiais.

Tendo em vista a importância do terapeuta ocupacional para a qualificação nos Serviços de Saúde, gostaríamos de salientar dados referentes e os benefícios desse profissional atuando no atendimento de Saúde. Ex.: 1 – Existe na SMS dez Terapeutas Ocupacionais para uma população de Porto Alegre de um milhão e quinhentos mil habitantes. Um Terapeuta Ocupacional para cada cento e cinqüenta mil habitantes.

2 – Um procedimento de terapia ocupacional recebe um repasse do SUS de 2 reais e 55 centavos por consulta, ou seja, 55 centavos a mais do que a maioria dos profissionais da equipe de saúde, que está em 2 reais por consulta.

Por outro lado, é de conhecimento público que ocorrem as transferências internas de terapeutas ocupacionais temporariamente para locais que necessitam de terapeutas ocupacionais, desprovendo os serviços onde havia esses profissionais. Portanto, em virtude da qualificação e manutenção dos serviços de saúde do Município de Porto Alegre, solicita-se: 1 - O encaminhamento imediato das nomeações dos candidatos aprovados pelo concurso 314, que, em quase quatro anos, nomeou menos de cinco terapeutas ocupacionais; 2 - a prorrogação da vigência deste concurso - fatos já conhecidos em outras gestões -, a fim de aproveitar profissionais concursados, que no ímpeto de iniciar carreira pública, têm-se preparado e aperfeiçoado continuamente para exercer, com afinco, o exercício profissional e de cidadania, até que todos os profissionais sejam nomeados; 3 - o prazo já prorrogado de mais dois anos, desse concurso, expira em 2 de julho deste ano.”

Certos de seu interesse e da importância e urgência deste assunto, nós agradecemos aos senhores pela atenção. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Agradecemos e convidamos a Sr.ª Vera Barcellos para fazer parte da Mesa.

O Ver. João Antonio Dib está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, minha cara Sr.ª Vera Barcellos, a terapia ocupacional é da mais alta relevância na recuperação da criatura humana em muitos casos, e foi muito bem colocado aqui. A Prefeitura de Porto Alegre é campeã em fazer concursos e deixar que eles vençam, para fazer novos concursos e cobrar novas taxas, ou então, durante a vigência de validade do concurso, fazer cartas-contrato para os seus amigos e não para os concursados. É uma prática comum. Eu não sei se no caso dos terapeutas ocupacionais a Prefeitura fez cartas-contrato. Não lembro, pelo acompanhamento que faço, de ter carta-contrato para terapeuta ocupacional. Mas, lamentavelmente, a proposição que V. S.ª faz é que dia 2 de julho termina o prazo de validade e não temos mais nada a fazer. O prazo pode ser prorrogado por dois anos, e já foi prorrogado por dois anos. É bem possível que tenha havido cartas-contrato. Não entendo como a Prefeitura de Porto Alegre consegue fazer e passa no Tribunal de Contas. Já a Prefeitura de Gravataí teve de tornar sem efeito uma quantidade bastante grande, algumas centenas, de cartas-contrato. Aqui, lamentavelmente, a Prefeitura parece que está acima da lei. Apesar de o Tribunal de Contas, desde 89, afirmar que não pode haver cartas-contrato eles continuam fazendo aos milhares e não atendem aos concursados. Não há por que fazer concurso para não chamar os concursados. Saúde e paz! Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Ver. Aldacir Oliboni está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. ALDACIR OLIBONI: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, quero saudar a Presidenta da Associação dos Terapeutas Ocupacionais do Rio Grande do Sul. É importante salientar que esse projeto do HPV teve uma grande mobilização aqui na Câmara, até porque todos estamos sabendo do vencimento do prazo para poder chamar os trabalhadores concursados, que é o dia 2 de julho. É importante saber que no Projeto foi aprovada a criação de 472 cargos para o HPV e mais 200 para a rede básica. Esse Projeto contempla mais dois terapeutas ocupacionais. Temos certeza de que até o dia 2 de julho o Governo estará chamando todos os concursados que estão aguardando a chamada, até porque o HPV, ontem, teve uma nova ala inaugurada, a ala do hospital-dia, e a cada semana teremos, possivelmente, novidades nesse sentido. O Governo da Frente Popular tem-se preocupado muito com a recuperação do HPV, até porque é mais um hospital referência materno infantil e temos certeza de que o sindicato será contemplado na reivindicação que aqui expressa, na tentativa de chamar a tempo esses concursados.

Lembramos também que, na medida em que tivermos dificuldades e ficarmos sabendo de que eles não serão chamados, manteremos contato com o Secretário da Saúde para podermos, então, viabilizar isso o mais rápido possível. Sabemos também que a SMA, Secretaria Municipal de Administração, já está muito preocupada com essa questão em termos de Orçamento Municipal e está agilizando para que sejam chamados nesta semana, até porque a informação que nós temos do José Becker é de que serão contemplados a partir desta semana no Diário Oficial. Portanto, é importante que os trabalhadores fiquem tranqüilos nesse sentido, pois a informação da Secretaria da Saúde é a de que serão chamados. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Ver. Raul Carrion está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. RAUL CARRION: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, em primeiro lugar a nossa saudação à representante da Associação dos Terapeutas Ocupacionais do Estado do Rio Grande do Sul, importante atividade de recuperação dos usuários do SUS. Queríamos dizer que esse concurso que se encerra agora no dia 2 de julho não só envolve os terapeutas, mas uma série de profissionais como auxiliares de enfermagem, técnicos de enfermagem e enfermeiros. Parece-nos, realmente, que, tendo sido aprovado aqui na Casa, inclusive num certo trâmite urgente, um Projeto em que inúmeras vagas são criadas para esses profissionais da saúde, seja justo aproveitar esses que já fizeram o concurso, aguardam há quatro anos e ainda não tiveram a possibilidade de serem aproveitados. Seria realmente inusitado fazermos um outro concurso. Por isso tenho absoluta certeza de que o Governo Municipal providenciará, no mais breve prazo, a chamada para ocupar todos esses cargos que nos aprovamos aqui na Casa. De parte da Bancada do PC do B, quero dizer que nós estamos à disposição, inclusive para fazermos gestões e contatos junto ao Governo, como o próprio Ver. Aldacir Oliboni da Bancada do PT já registrou. Quero confessar que já fui procurado por inúmeros profissionais que querem saber se até o dia 2 haverá essa convocação, porque o prazo desse concurso expira. Então a nossa solidariedade. Procuraremos, junto com o Ver. Aldacir Oliboni, fazer esses contatos. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Registramos a presença da Sr.ª Simone Sá Brito, Presidente da Associação dos Terapeutas Ocupacionais do Rio Grande do Sul; de Clori Pinheiro e de Christiane Siegmann. Esse assunto tem sido bastante debatido aqui na Casa. É importante que hoje os terapeutas ocupacionais ocupem esse espaço e mostrem a sua preocupação, quando nos colocam que em Porto Alegre, que tem uma população de aproximadamente um milhão e quatrocentos mil habitantes, existem trabalhando efetivamente no Município dez terapeutas, portanto uma população de cento e quarenta mil pessoas para cada terapeuta ocupacional. Sabemos que é um número muito irrisório. A preocupação com o concurso é pertinente e ouvimos do Ver. Aldacir Oliboni, representando a Bancada do Partido dos Trabalhadores, que até o dia 2 serão nomeados. Os trinta e dois Vereadores estarão atentos, como sempre estão.

Dona Vera, esta Casa está sempre à disposição, aberta para receber todos aqueles sentirem que aqui é um espaço de interlocução e sabemos da preocupação das senhoras, como terapeutas ocupacionais. É uma profissão que tem uma alta estima e preocupação pela questão daqueles menos favorecidos, aqueles que estão momentaneamente debilitados.

Quero dizer, não como Presidente, mas como membro de uma instituição, do IPA, que a é a única Faculdade de Terapeutas Ocupacionais: sabemos o carinho com que eles formam aqueles profissionais, colocando-os no mercado.

Portanto, receba mais uma vez o reconhecimento dos 33 Vereadores aqui da Casa, para que possam, sempre que possível e sempre que quiserem, utilizar essa tribuna. Colocamo-nos à disposição. Muito obrigado.

Estão suspensos os trabalhos para as despedidas.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 14h36min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia – às 14h37min): Estão reabertos os trabalhos.

Queremos informar que se encontra em Licença para Tratamento de Saúde a Ver.ª Clênia Maranhão. Tomou posse ontem, na Sala da Presidência, o Ver. Antônio Augusto Bernd, que integra a Comissão de Defesa do Consumidor e Direitos Humanos. Ele está ocupando a vereança nos dias 18 e 19 de junho. Seja muito bem-vindo, Ver. Antônio Augusto Bernd.

Passamos à

 

PAUTA ESPECIAL - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(até 06 oradores/10 minutos/com aparte)

 

5ª SESSÃO

 

PROC. 2018/02 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 044/02, que dispõe sobre as Diretrizes Orçamentárias para 2003 e dá outras providências. Com Emendas nºs 1 a 22.

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir a Pauta Especial.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, hoje, quero fazer uma rápida análise, de passagem pelas partes que compõem o Orçamento Participativo. Começo com a deficiente Mensagem Justificativa que não respeita a Lei Complementar n.º 414, mas atribui ao Orçamento Participativo todas as glórias.

O PT deveria saber que o Orçamento Participativo não é uma coisa nova, é bíblica. E é por isso que eu entendo quando o Ver. Pedro Américo Leal disse que não é Orçamento Participativo, mas orçamento diabólico. O primeiro registro desse orçamento diabólico, desse Orçamento Participativo - que a bíblia registra -, foi quando Pôncio Pilatos, fazendo o Orçamento Participativo, fazendo uma consulta que lhe interessava fazer, perguntou: “Crucifica-se Jesus ou Barrabás?” E o povo, no Orçamento Participativo, respondeu: “Jesus”. Mas o Orçamento Participativo que ele fez, naquele momento, ele não fazia, quando tomava as suas atitudes sem consultar ninguém, autoritariamente; ele não perguntava no Orçamento Participativo se podia ou não fazer. Assim como o Prefeito Tarso Fernando, quando viu uma Emenda sua – uma Emenda popular – diminuindo um pouquinho de sua verba de publicidade; ele a aumentou, por Decreto, em 13.206%! Não perguntou isso ao Orçamento Participativo, como de resto não pergunta ao Orçamento Participativo, como Pilatos também não fazia! Pilatos só perguntava o que lhe interessava. E a Prefeitura - nós assistimos a uma reunião, ontem, - leva de ônibus os participantes do Orçamento Participativo, que dizem sempre a mesma coisa: amém à Prefeitura!

 

O Sr. Adeli Sell: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Se Prefeitura fizesse isso, teríamos que ter duas coisas: primeiro, uma ilegalidade; e, em segundo lugar, uma nota comprovando. Não tem nem uma, nem outra.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Dos 13.206%?

 

O Sr. Adeli Sell: Não, dos ônibus.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Então, V. Ex.ª vai olhar que há cinco ou seis ônibus cada vez. É ilegal. Mas, claro, que é o Orçamento Participativo.

 

O Sr. Adeli Sell: Se for da Prefeitura, pago pelo dinheiro da Prefeitura, há dois problemas: primeiro, não poderia ter comprovante - porque não pode -; em segundo lugar, seria uma ilegalidade - também não pode. Então, não existe. Pode ser que alguém leve pessoas de ônibus. Eu também sei que existe Vereador de oposição que fez isso numa reunião aqui e numa outra do Orçamento. Se há gente da situação fazendo, posso e devo fiscalizar, porque eu fiscalizo os nossos e os seus também.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Nobre Ver. Adeli Sell, V. Ex.ª, como sempre, me ajuda. Ocorre que, ontem à tarde, nós dois estávamos juntos quando a população declarou isso. E eu não vi manifestação nenhuma de V. Excelência. É que havia pouca gente lá.

Mas, aí, vamos ao art. 2.º e, agora, vou a números. Eu fui Prefeito e tinha oito Procuradores e um Assessor Jurídico. Agora, há sessenta e estão criando mais cargos e mais atribuições. E o Prefeito João Verle resolveu mandar uma nota pessoal – já que foi Vereador – na proposição da Lei de Diretrizes Orçamentárias. Mas, absurdos dos absurdos, incompetência das incompetências, burrices das burrices! (Lê.) ”Os Projetos de Lei dos Orçamentos deverão ser votados pela Câmara Municipal até 30 de novembro de 2002 e encaminhados para a sanção até 10 de dezembro do corrente ano.” Está na Lei Orgânica, não precisava pôr aqui. Mas aí a brilhatura do Prefeito colocou aqui - e eu já fui Prefeito e já fui Secretário do Governo, e eu nunca assinaria isso aqui, nunca! (Lê.) “ Esgotado o prazo para deliberação no dia 30 de novembro - portanto, previsto no caput -, o Projeto será colocado na Ordem do Dia da Sessão imediata, sobrestada às demais proposições, até a sua votação final”. Mas isso aqui é atestado de burrice, alto atestado de burrice, porque se não for votado até o dia 30 de novembro não há mais o que fazer, vai valer o Orçamento do ano em curso.

O Ver. Zé Valdir, que é um professor que eu respeito muito, colocou-me, na segunda-feira, em condições difíceis. Eu pensava que eu conseguia, apesar das minhas dificuldades de locomoção, me equilibrar - que eu era um homem equilibrado -, mas aí o Vereador vem aqui e diz que o Orçamento da Prefeitura, que tem 220 milhões reais no sistema bancário, é equilibrado. E eu pensei que equilíbrio se fazia nos pratos da balança em um mesmo nível, não nessa situação. Então, eu que pensei que era equilibrado, se o Ver. Zé Valdir está certo, eu estou desequilibrado, eu caio para um lado ou para outro. Não sei exatamente qual. E depois, orçamento equilibrado, diz: receita igual despesa. E a Prefeitura, claro que enganosamente, diz que no Orçamento de 2001 chega a cerca de 100 milhões de superávit. É a Prefeitura! É o Prefeito!

Agora, nós falamos aqui em alagamentos, alagamentos que a Cidade tem, e aí foram perguntar se lá em 1983, 1984, 1985, nos 999 dias em que fui Prefeito não havia alagamentos. Havia. O Guaíba chegou a exceder mais de 3 metros e meio de seu nível, conseqüentemente a Cidade deveria estar cheia d’água, mas não estava. Porque havia manutenção da rede; havia preocupação e cuidado. E mais algumas coisas foram feitas ao longo do tempo. O arroio Dilúvio era continuadamente dragado, e o arroio Dilúvio foi “drogado”. Limparam os taludes e jogaram terra e areia e sementes dentro do arroio. Então, aconteceram ilhas enormes e até agora não conseguiram se desvencilhar delas. E algumas delas fechando a saída de pluvial. Portanto, apareceram alagamentos que não existiam. Eu morava perto do Parcão e não via aquela quantidade de água acumulada. Não é que não houvesse; havia, sim. Mas a falta de manutenção leva a coisas assombrosas. Para quem teve um nível do Guaíba acima de 3,5 metros e agora teve de um metro só, dá para dizer das condições, porque a água tem o princípio dos vasos comunicantes. Se há 2 metros lá, há 2 metros aqui; não tem 2 metros lá e 1 aqui. Quanto a isso o Ver. Zé Valdir não vai desequilibrar, é nível, não tem conversa. Fico pensando que as coisas não são bem assim.

Aí falaram em assistência social. Nunca vi tanta gente em estado de miséria nas ruas e nas sinaleiras da Cidade; no meu tempo não havia, posso assegurar. Tínhamos a FESC, que hoje é a FASC. Tínhamos a Secretaria da Saúde e Serviço Social, mas tínhamos uma Prefeitura comandada, na sua maioria, por servidores municipais, o que facilitava tudo. Era gente que entendia do que fazia. Mas não fazíamos cartas-contrato, nós respeitávamos a lei.

Aqui está uma pasta das vezes em que busquei o Tribunal de Contas do Estado, há cinco anos e mais. Curiosamente, em 1989, o Tribunal de Contas já alertava que a Prefeitura estava agindo mal fazendo cartas-contrato, e que terminaria rejeitando as contas. Não rejeitou nunca. Mas o Tribunal de Contas nega contratos emergenciais – é a mesma coisa que a Prefeitura diz que faz. O Tribunal de Contas do Estado determinou a exoneração de quatrocentos e setenta e três cargos emergenciais na Prefeitura de Gravataí. É a mesma coisa que a Prefeitura de Porto Alegre faz. Não entendi por que não se determinou aqui a mesma coisa.

A Prefeitura que vai ter de explicar esse dinheiro todo que tem no sistema bancário. Em vez de resolver problemas, cria problemas, mas aumenta os seus dividendos bancários, enriquece os banqueiros.

Nós aprovamos, ontem, na Comissão de Finanças, com restrições do Ver. Adeli Sell, a ouvida da opinião do Tribunal de Contas quanto a esses 220 milhões de reais em uma Cidade que tem muito mais de duzentos e vinte problemas, que poderiam ser resolvidos com esses 220 milhões de reais. Saúde e paz! Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para discutir a Pauta Especial.

 

(O Ver. Aldacir Oliboni assume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, eu gostaria, ao analisar a Pauta Especial da LDO, de analisar alguns aspectos sobre desenvolvimento econômico desta Capital. O primeiro item da Lei encaminhada a esta Câmara fala sobre dar assistência e qualificar o produtor rural. Tristemente, vimos que, aqui em Porto Alegre, a primeira assistência que se dá ao produtor rural é cobrar o IPTU. É uma pena aumentar os impostos da atividade rural em Porto Alegre.

Outro item fala em contribuir para o desenvolvimento da micro e da pequena empresa. Na Comissão de Economia, Finanças e Orçamento e do Mercosul, estamos tomando atitudes para ajudar o Executivo Municipal a desenvolver essas atividades. Fizemos um convênio com o SEBRAE, dois ilustres Vereadores desta Casa foram a Curitiba ver como funcionam lá esses incentivos, essas facilidades. Acho isso altamente positivo, só que em Porto Alegre essas modernidades ainda não chegaram. Estou aqui com a minha amiga Geneci, lá do Morro da Polícia - seja muito bem-vinda -, que tem o seu micronegócio e não consegue o alvará da Prefeitura - dizem que parte da sua casa é de madeira, não é de material, o que não permite o negócio que ela quer estabelecer. Brincadeira!

 

O Sr. Ervino Besson: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. João Carlos Nedel, quero saudar o seu pronunciamento. Veja V. Ex.ª o equívoco que esta Casa cometeu quando votou a alteração no Plano Diretor, retirando a palavrinha “rural”, que é tão curtinha, da nossa Cidade. Foi um equívoco enorme. Veja, V. Ex.ª, deu essa abertura de loteamentos irregulares e clandestinos que estão acontecendo em nossa Cidade. Nós temos de voltar a essa discussão, Vereador, tentando, com o esforço de todos os 33 Vereadores desta Casa, salvar ainda a nossa área rural de Porto Alegre.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Nesse sentido, há um esforço muito grande do Ver. João Antonio Dib, que está tentando reverter o assunto da área rural.

Gostaria de continuar falando a respeito da importância da micro e da pequena empresa para Porto Alegre, para desburocratizar e incentivar os empreendedores. É muito importante, só que, na prática, isso pouco tem acontecido.

Gostaria, Ver. Adeli Sell - e V. Ex.ª vai-me suceder aqui nesta tribuna -, de entrar no assunto de turismo. Porto Alegre tem uma vocação elevada para o turismo; no entanto, na prática, pouco ou nada tem sido feito para incentivar essas atividades turísticas em Porto Alegre.

Esta Casa aprovou, Ver. Antônio Augusto Bernd, a constituição, há um ano e meio, do Conselho Municipal de Turismo, e até hoje o Executivo, o Prefeito Municipal, não instalou o Conselho Municipal de Turismo. Então, ainda fala-se em turismo, e a Prefeitura não executa, não tem vontade política para incentivar o turismo. Criou-se também, na mesma oportunidade, um Fundo Municipal de Turismo, que tem verbas anuais; no entanto, o Fundo não pode ser movimentado, porque precisa de uma junta administrativa e financeira que aprove os projetos que serão pagos e incentivados pelo Fundo, tendo de aprovar pelo Conselho que não está instalado, e liberado pela Junta Administrativa do Fundo. Nada existe, há um ano e meio. Então, falar em turismo é brincadeira, vamos primeiro cumprir o que está escrito, o que está aprovado por esta Casa há um ano e meio. Verbas não podem ser utilizadas porque o Conselho não está constituído, porque a Junta não está constituída. Ora, vejam só, vêm aqui agora dizer que vão qualificar ações de incentivo à produtividade dos serviços turísticos, dando prioridade ao turismo auto-sustentável. Ora, vejam só! E mais à frente dizem também que vão envidar esforços no sentido de atrair e incentivar a instalação de empreendimentos que resultem da produção de renda e emprego. Atrair empreendimentos para Porto Alegre, justamente a Capital dos impostos elevados, a Capital da burocracia excessiva, onde, Ver. Juarez Pinheiro - que me ouve com toda a atenção -, um habite-se leva mais de um ano para ser liberado, onde um projeto de construção civil de uma empresa, de uma fábrica, de um empreendimento, para ser aprovado, e V. Ex.ª sabe muito bem isso, Ver. Fernando Záchia, leva, muitas vezes, mais de ano. Quer dizer, desestimula os empreendedores. Ora, um investimento aprovado levar um ano para ser liberado para o início da construção? Não dá para se entender. E mais, para completar, muitas vezes leva seis meses para ser concedido um alvará; e olhe lá. Porque nós temos burocracia, como diz o Ver. João Antonio Dib: “burrocracia”. Então, acho que nós temos de sentar, estudar e diminuir essa burocracia excessiva, diminuir essas alíquotas dos impostos elevados para incentivar empreendimentos e, assim, promover o desenvolvimento efetivo, gerar renda e gerar emprego.

Outro assunto importante é justamente que a Prefeitura quer viabilizar o Parque Industrial da Restinga. Ótima intenção, bela intenção, só que, Ver. João Antonio Dib, há um ano e meio...

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. João Carlos Nedel, se eles vão viabilizar a Restinga, então eles vão fazer mais outdoor, porque até agora o que fizeram foi outdoor; haviam parado, então vão fazer mais.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Há um ano e meio está pronta, concluída, com máquinas instaladas a usina de reciclagem de material plástico; há um ano e meio está pronta, instalada e não funciona.

 

O Sr. Juarez Pinheiro: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Respeito a posição de V. Ex.ª, mas para dizer a V. Ex.ª e ao Ver. João Antonio Dib que doando dinheiro público para a instalação de empreendimentos econômicos é muito fácil; como foi no caso da GM, 253 milhões de reais, com juro de 6%, quando o real tinha paridade com o dólar, e hoje sabemos a paridade que existe. De outra parte, queria perguntar a V. Ex.ª se o IPTU de nossa Cidade é muito caro, como V. Ex.ª disse, que é muito oneroso. V. Ex.ª sabe, porque é um estudioso, eu reconheço isso, que hoje os imóveis estão avaliados no máximo em 30% do seu valor venal. Portanto, Vereador, pediria que V. Ex.ª fosse mais específico, mas respeito a posição de V. Ex.ª. Repetindo: doando dinheiro público para empreendimentos econômicos é muito fácil fazer pólos industriais.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: É muito fácil falar também o que se quer, porque não é verdade, Vereador. Não é a doação de dinheiro público! Tanto é que o Governador Olívio Dutra está recebendo as parcelas do empréstimo, e é o que lhe está salvando o caixa. E agora o Governo vem a público mentir que foi doação, quando há um contrato de empréstimo, e está recebendo o dinheiro agora, salvando o caixa do Governo. E vem aqui dizer inverdades, justamente V. Ex.ª, que deve ser o guardião da verdade. Isso é uma pena, assim o Estado não vai para o caminho do desenvolvimento, vai para o caminho que nós não queremos: para o caminho do atraso. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O Ver. Beto Moesch está com a palavra para discutir a Pauta Especial. Ausente. O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir a Pauta Especial.

Verificamos que o Ver. Beto Moesch encontra-se nas galerias, então, contemplamos o próximo orador inscrito.

 

O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras, Srs. Vereadores, cidadãs e cidadãos de Porto Alegre que acompanham esta Sessão e pessoas que nos acompanham pela TVCâmara, nossa saudação especial.

Aqui é a tribuna da Câmara Municipal de Porto Alegre, o objeto da Pauta é especial, especialíssimo eu diria - Lei de Diretrizes Orçamentárias -, esse é o debate. Mas, provocação é provocação, e se responde, não no mesmo tom, mas com cordialidade, como nós vamos fazer. Um líder comunitário que estava há pouco na galeria me disse que sim, que em alguns momentos as pessoas têm de se deslocar de ônibus para as reuniões do Orçamento Participativo e quem banca são os próprios e as suas associações. Portanto, está aí a resposta, e não vamos tergiversar.

Em segundo lugar, o discurso do Ver. João Carlos Nedel foi um discurso de palanque eletrônico, eleitoral. Não é um debate da LDO. Inclusive este não é o lugar para tal, é proibido por lei e vamos acionar o tribunal. Nós queremos discutir a LDO. Ao Vereador que cobrava a questão do turismo, eu expliquei na última Sessão mas nada é melhor do que repetir, porque em certo sentido é preciso repetir, repetir, repetir e repetir! Algumas pessoas têm mais dificuldade em aprender. Então, a lição é repetir, repetir, repetir e repetir! Onde estava o turismo há alguns anos em Porto Alegre? Onde estava? Eu reconheço que durante o governo do Ver. João Antonio Dib, o seu Partido de então fez coisas importantes no turismo. Inclusive o primeiro Secretário Estadual de Turismo foi um dos desbravadores dessa lide. Mas, de lá para cá desmontaram a SETUR no Estado, inventaram - eu ia falar elefante branco, mas o elefante é um animal, e o Ver. Beto Moesch e eu nos preocupamos com os animais, o elefante branco tem muito mais valor do que a EPATUR, que foi criada, que é um mostrengo – um monstrengo. Muitas pessoas inclusive entraram pela porta dos fundos e, hoje, temos de dar explicações ao Tribunal de Contas para podermos encerrar as atividades da EPATUR. Inclusive, dei um parecer, recentemente...

(Aparte anti-regimental.)

 

Nós sabemos, Vereador, nós sabemos.

Eu vou tratar, mais uma vez, de algumas questões que estão aqui no texto da Lei de Diretrizes Orçamentárias, que o Ver. João Antonio Dib leu, mas o Ver. João Antonio Dib nem sempre lê bem; porque ele tem insistido que é um repeteco da lei passada. Na verdade, inclusive no ponto sobre turismo, nós temos vários elementos que não estavam no Projeto do ano passado; até porque nós estamos evoluindo. Ou eu preciso repetir, repetir e repetir o processo de discussão do encaminhamento que está sendo feito pelo Parque de Exposições Assis Brasil? Há até quatro anos era preciso enxertar dinheiro do caixa único para dar sustentação ao Parque, e nessa última EXPOINTER, na do ano passado, ele sustentou as atividades do ano inteiro. Nós queremos transformá-lo numa referência. Eu falo de lá porque ele está em Esteio, mas o reflexo é em Porto Alegre, porque é aqui que temos a rede hoteleira, é aqui que temos o suporte para aquele Parque de Exposições lá.

Portanto, esse trabalho que nós estamos fazendo está escrito aqui, o desenvolvimento que se está fazendo. Como nós também olhamos para o sul, num momento para o norte, noutro para o sul, com o nosso Projeto do Belém Velho. Bom, o Belém Velho tinha mais encantos no passado do que hoje, até porque algumas pessoas, pela fúria imobiliária, estragaram uma parte do caminho, mas nós estamos recuperando o projeto e fazendo de fato o projeto do turismo rural e ecológico no Belém Velho.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Adeli Sell, a sua idéia do Belém Velho eu acho magnífica, deve ser incentivada porque realmente no Belém Velho há algumas vistas que parecem dos Alpes, se bem cuidadas, se bem olhadas, apenas é necessário que sejam conhecidas.

 

O SR. ADELI SELL: Que bom que V. Ex.ª pensa isso, um homem preocupado com a Cidade não poderia pensar diferente. Infelizmente alguns pensam diferente; portanto, estão em contradição com o que a Cidade precisa. Eu quero voltar ao debate da receita e da despesa. Eu tenho insistido e estou novamente me repetindo e me repetindo, porque esse debate não vem, ninguém compra o debate. É muito simples dizer que a Prefeitura gasta demais com funcionários, mas acabamos de ouvir na Tribuna Popular, com justeza, a reivindicação para que os concursados que passaram e que precisam trabalhar - há demanda na Cidade -, trabalhem. Nós estamos falando dos terapeutas ocupacionais. Então, fizeram-se comentários elogiosos à demanda; a pessoa saiu do Plenário, e aí veio outro discurso: “Estão gastando demais em pessoal”. Qual o discurso que vale? Quando a pessoa está aqui e fala na Tribuna Popular ou quando ela sai da sala e não ouve mais? Para mim tem que sempre ter o mesmo discurso, o discurso da coerência, do compromisso com a coisa pública. O Vereador que me antecedeu disse que os tributos mais caros estão em Porto Alegre. Ora, senhoras e senhores, o ISSQN é uma determinação de encontro de Secretários Municipais, e o mesmo tributo que se paga em Curitiba se paga aqui, com uma diferença: há cidades, como Belém de Pará, para onde fui convidado para debater o ISSQN, que cobra 5% sobre os serviços terceirizados. Isso fazia com que houvesse um grave problema em Porto Alegre, mas nós corrigimos isso na Legislatura passada. Fomos nós que propusemos a diminuição, a partir do número de pessoas empregadas, dos gastos com os funcionários. Isso foi uma evolução, porque, inclusive empresas que estavam fora de Porto Alegre, voltaram a Porto Alegre. E não é responsabilidade do Ver. Adeli Sell, da Comissão de Finanças e Orçamento, que não tivesse evoluído a discussão sobre informática e a mudança nos índices das empresas de informática. Foi, sim, a intolerância, pela qual não se queria debater isso junto com o IPTU. Dessa maneira, não se votou, já há dois anos, essa mudança com a proposta que foi feita inclusive pelo SEPRORS. Nós poderíamos ter evoluído. Como a taxa de lixo, sobre que o Ver. João Carlos Nedel tanto fala, que não foi votada no ano passado. E não se modificou o preço das garagens, que é exorbitante sim, porque não quiseram votar num único Projeto. Ou seja, em alguns momentos se quer diminuir, mas não se quer fazer a equalização, que é necessária, na planta de valores do IPTU. Isso acaba beneficiando os grandes, os bacanas, os sonegadores de tributos da nossa Cidade. Nós temos coerência, Ver. João Antonio Dib.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Ex.ª permite um aparte?

 

O SR. ADELI SELL: Nestes 55 segundos, eu lhe dou mais um aparte.

 

O Sr. João Antonio Dib: Vereador, o problema do IPTU, da planta de valores, eu não sei se a Prefeitura já sabe o que é, tudo bem, agora, a Prefeitura não arrecada mais porque lançou mal, muito mal: cobrou progressivamente quando não era permitido.

 

O SR. ADELI SELL: Essa é a teoria de V. Ex.ª. Não é a tese da Universidade Federal; não é a tese do Instituto Lincoln, o mais capacitado no mundo, que trabalha a questão do IPTU; não é o que nós vimos no Seminário, do qual, infelizmente, não vi V. Ex.ª participar. V. Ex.ª poderia e deveria participar ativamente desse debate, pois já foi Prefeito e sabe, e diz aqui toda a vez, que na sua época era difícil ter dinheiro no caixa. Pois agora nós temos dinheiro no caixa para pagar as contas, pelas obras magníficas que nós estamos fazendo na cidade de Porto Alegre. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O Ver. Beto Moesch está com a palavra para discutir a Pauta Especial.

 

O SR. BETO MOESCH: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, viemos à tribuna para debater, analisando alguns pontos da Lei de Diretrizes Orçamentárias. É uma peça fundamental - obviamente ela já foi discutida e apresentada aqui -, porque traz as linhas mestras para o Orçamento de 2003. Ela está dividida em vários temas. Então, vamos começar com os anexos prioritários e as metas da LDO. O primeiro capítulo é o capítulo da saúde. Embora tenhamos realizado aqui, pela Comissão de Saúde e Meio Ambiente, junto com o Ver. Adeli Sell, inúmeras reuniões sobre a proteção dos animais, conseguindo colocar no Orçamento do Município, criando uma rubrica, que nunca houve, de esterilização e castração de animais, para evitar a sua proliferação, nada consta na LDO. Então, é claro que vamos apresentar uma emenda visando ao desenvolvimento do programa de esterilização de animais. Existem na cidade de Porto Alegre mais de trezentos mil animais abandonados. Isso é zoonose, é doença. Em algumas vilas, para cada habitante temos seis cães abandonados. Isso é saúde pública. Como a LDO não coloca o tema da esterilização de animais, temos de emendar. Foi um cochilo, sem sombra de dúvida, do Poder Executivo. No capítulo da educação chama-nos a atenção o item: “implementar...” - não foi feito ainda; se é para implementar é porque vai ser implementado – “... o conteúdo programático de educação ambiental.” Então nada foi feito em educação ambiental. Como “implementar”? A Constituição, que é de 1988, diz claramente: “Compete ao Poder Público a conscientização da sociedade e a educação ambiental em todos os níveis de ensino.” Como é que apenas em 2003 vamos implementar o conteúdo programático de educação ambiental?

Outro item que nos chama a atenção, no capítulo Educação: “Assegurar o uso dos espaços de esporte pela comunidade, do entorno das escolas, facilitando a formação de associações, com a finalidade de estabelecer responsabilidade pelo uso.” É bom, mas o que temos visto, e a LDO também não contempla esta questão, é que, principalmente nas vilas da cidade de Porto Alegre, não existem praças, não existem parques, as pessoas mais carentes não têm como praticar o esporte e não têm como ter esse entretenimento.

 

O Sr. Adeli Sell: V. Ex.ª permite um aparte?

 

O SR. BETO MOESCH: V. Ex.ª, Ver. Adeli Sell, a quem dou o aparte, não concorda?

 

O Sr. Adeli Sell: É fundamental que esteja na LDO, porque é Lei Municipal. Eu sou o autor da lei sobre a ocupação dos espaços, fora dos horários de aula, das praças de esportes, das próprias salas de aula. Inclusive, fiz um documento, hoje, para as Secretarias Municipais de Educação, Cultura e Esporte, para que seja ampliada para todas as escolas, como manda a lei. Nós temos o exemplo da Escola Municipal Neusa Brizola, na Cavalhada, onde não há um vidro quebrado sequer, como é o caso da Wenceslau Fontoura também. Portanto, é importante que esteja na LDO. Vossa Excelência está cobrando, eu também cobro, porque esse é um processo de educação. Muitas vezes há a resistência inclusive dos nossos professores. Eu falo dos meus colegas, pois eu sou professor.

 

O SR. BETO MOESCH: Ver. Adeli Sell, nós concordamos com um item: uma das melhores maneiras de inserir a criança e o adolescente, evitando o uso de drogas, visando ao entretenimento, buscando a cultura é justamente o esporte e a educação. O que eu quis colocar é que no entorno das escolas mais carentes não existem praças e parques e não há como fazer esse tipo de trabalho.

O capítulo transportes. Aqui fala em dar continuidade ao projeto da III Perimetral, mas não fala nada das compensações ambientais da III Perimetral, que foi um tema aqui abordado por uma Comissão Especial. Não fala em nenhum momento sobre a trafegabilidade dos veículos com tração animal. Mais um tema abordado pela Câmara de Vereadores, mensalmente, e em nenhum momento, no capítulo de transportes, a LDO fala, por exemplo, na fiscalização, na reorientação, na substituição das carroças da cidade de Porto Alegre; em nenhum momento a LDO fala nisso. Mais um cochilo do Poder Executivo, mais uma emenda que o Parlamento vai ter de fazer.

Esteve aqui a Engenheira Lígia Miranda, que já trabalhou na EPTC inclusive e que preside uma associação nacional de transportes. Em nenhum momento se fala da troca, da substituição gradual do combustível utilizado nas frotas de ônibus da cidade de Porto Alegre, para gás metano, hidrogênio ou elétrico. Mais uma emenda que o Parlamento terá de fazer para que se substitua, gradativamente, a frota de ônibus de Porto Alegre como já ocorre em várias cidades do Brasil, sem se falar mundo afora. Já existem protótipos, Ver. João Antonio Dib, circulando em São Paulo, de veículos elétricos, a gás, a hidrogênio. Nós temos de colocar isso na LDO, e esse é outro cochilo do Executivo com relação à LDO.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Vereador, eles deveriam fazer a LDO para cada ano, mas eles apenas copiam de um ano para outro, e quando eles fazem um acréscimo, fazem a burrice do art. 2º, ou então quando falam em saneamento, aquela declaração clara, precisa e concisa de cobrar mais tarifa de água.

 

O SR. BETO MOESCH: Agradeço ao Vereador pelo aparte. Em nenhum momento se fala do que já foi estabelecido por exigência legal, que é o sistema cicloviário na cidade de Porto Alegre, Ver. Raul Carrion, V. Ex.ª que participou assiduamente da nossa Comissão da III Perimetral. Já existe uma licitação, mas nada do sistema cicloviário na cidade de Porto Alegre. Em nenhum momento se fala em ciclovias no capítulo transportes. Mais uma Emenda que o Parlamento vai ter de fazer, porque já está estabelecido como uma obrigatoriedade do Executivo implantar o sistema cicloviário, mas nada para 2003.

Com relação às paradas de ônibus, abrigos dos ônibus, etc., nada em relação ao projeto paisagístico para as paradas de ônibus, para os terminais de ônibus. Isso tem de ser contemplado na LDO. Nós não vislumbramos aqui uma evolução, uma diretriz para Porto Alegre.

Na organização da Cidade, nada consta em estimular e incentivar construções ecologicamente corretas, que se utilizem da energia alternativa, como a eólica, a solar, que possam garantir a mesma permeabilidade do solo do que antes da construção. Um grande problema da Cidade, os alagamentos, é porque ela está impermeabilizada. Não consta nada no capítulo “Organização da Cidade”. Mais uma Emenda que o Parlamento vai te de fazer.

Capítulo 7.º - Nas Intervenções Urbanas, o Saneamento. Não se fala nada em evitar canalizações de arroios, que é uma diretriz do Plano Diretor de Saneamento. Não se fala nada em se implantar o separador absoluto do esgoto pluvial e cloacal. Nós fizemos uma reunião aqui na Comissão de Saúde e Meio Ambiente, onde foi confessado que todo o esgoto pluvial da cidade de Porto Alegre recebe também o cloacal. Nós temos a taxa do pluvial para isso, justamente para fazer o separador absoluto. Nada consta.

Fala-se em melhorar e qualificar a circulação dos pedestres na Cidade. O que ocorre é justamente o contrário, o estreitamento das calçadas da Cidade para o automóvel em detrimento dos pedestres.

Não se fala nada na recuperação da mata ciliar nos arroios que estão assoreados, simplesmente se fala na dragagem desses arroios, mas a mata ciliar é indispensável para se evitar esse assoreamento. O que mostra que o Executivo está com uma concepção conservadora, atrasada, para uma diretriz qualificada para a cidade de Porto Alegre. Por isso, este Parlamento, mais uma vez, terá de fazer inúmeras Emendas para modernizar as diretrizes da cidade de Porto Alegre como um todo.

No capítulo do saneamento e do meio ambiente: ”Qualificar as áreas verdes. Qualificar e ampliar a infra-estrutura dos parques da Cidade.” O que se vê é muito corte e muita poda de árvores na Cidade, desqualificando, isso sim, toda a vegetação na cidade de Porto Alegre.

Esta LDO precisa ser muito melhorada e, graças ao Parlamento, que deve fiscalizar, portanto, emendar uma LDO, ao meu ver, Sr. Presidente, muito conservadora, que não está indo ao encontro da sociedade. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): A Mesa apregoa a Emenda n.º 27 ao PLE n.º 044/02, de autoria do Ver. Dr. Goulart, ao PLE n.º 044/02.

O Ver. Raul Carrion está com a palavra para discutir a Pauta Especial.

 

O SR. RAUL CARRION: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, todos que nos assistem aqui e também nas suas casas por meio da TVCâmara.

Em primeiro lugar, a Lei de Diretrizes Orçamentárias, no nosso entendimento, é uma lei séria, estudada, de iniciativa do Executivo, mas que foi submetida a uma grande consulta à sociedade por meio do Orçamento Participativo, às dezesseis Plenárias Regionais, às seis Plenárias Temáticas, onde a população participa diretamente da elaboração, da definição e, depois, do acompanhamento na Peça que o Executivo nos manda. Agora, alguns dizem que isso retira os poderes da Câmara. Eu entendo que não, Ver. Pedro Américo Leal. Eu penso que o Executivo é que abre mão do seu direito de enviar a Peça, que poderia ser elaborada por tecnocratas, submete à população e nós continuamos com o nosso poder de decidir, de emendar e assim por diante.

Eu, realmente, acredito na combinação da democracia representativa, que nós expressamos, com a democracia participativa, que é todo esse processo que se dá na fase preparatória. Eu acho que isso qualifica o nosso papel, porque nós já trabalhamos sobre uma Peça estudada pela população e temos que avançar com muita qualidade no que avançamos.

Por outro lado, queria lembrar que o nosso Orçamento é apenas 14% do bolo de todos os tributos nacionais, porque 63% continuam na mão do Poder Executivo nacional, somente 23% com os Estados e 14% com os Municípios.

Então, na verdade, o grande poder tributador neste País, que fica com a parte do leão, é o Executivo Federal. Por isso, os grandes problemas do País, do Estado e da Nação e dos Municípios têm que ser responsabilidade de quem fica com 63% dos tributos, que é o Governo Federal.

Queria também dizer que, às vezes, o Ver. João Antonio Dib fala muito que há sobra de caixa e que há outros gastos que devem ser feitos, que o Município está economizando. Eu queria lembrar que o Governo Federal, Ver. João Antonio Dib, - já disse isso, outro dia – guarda 49 bilhões de reais para simplesmente pagar juro, nem sequer o principal da dívida!

Então, se há alguém que deixa de aplicar em saúde, que deixa de aplicar em saneamento, que deixa de aplicar em habitação, que deixa de aplicar em educação é o Governo Federal, não o Governo Municipal.

Mas eu queria avançar, dizendo que as Emendas são justas e necessárias quando melhoram o Projeto. E lembrar que já estão incluídas na LDO deste ano, Emendas que nós colocamos, no ano passado, que estão na Lei que vigora este ano, e que já estão na LDO deste ano, mostrando que os Vereadores são respeitados, a que coloca a questão das verbas para o sambódromo - de autoria deste Vereador: regularização das quadras das escolas de samba, um mapa fundiário, que vai permitir a aplicação do Estatuto da Cidade; a qualificação de terminais do Centro da Cidade, principalmente das linhas da Av. Salgado Filho e da Av. Borges de Medeiros; e mais ainda, o Programa Primeiro Emprego e o Programa de Reintegração de Adultos de mais de 40 anos, que estão desempregados e têm todas as dificuldades, Ver. Zé Valdir, de assumirem empregos.

Então, quero dizer com isso que o Executivo, quando são Emendas que qualificam, ele as recebe e, inclusive, as coloca já na Lei que vem para esta Casa.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Raul Carrion, quero dizer a V. Ex.ª, que é completamente diferente a posição do Governo Federal e do Governo Municipal. O Governo Federal tem letras do Tesouro e a Prefeitura não pode emitir letras do Tesouro. O que a Prefeitura deveria fazer é usar o dinheiro que arrecada do povo de Porto de Alegre para resolver obras e serviços essenciais à vida da Cidade. E nunca arrecadar juros, enriquecendo mais os banqueiros...

 

O SR. RAUL CARRION: Agradeço a intervenção do Ver. João Antonio Dib, mas queria dizer que a Prefeitura é das que mais realiza obras neste País, chegando a haver 15% de investimentos. Não há Prefeitura igual. E mais, a Prefeitura tem uma grande adimplência, porque o povo e a população sabem que o dinheiro é bem aplicado. Mas eu queria trazer algumas Emendas, que nós estamos colocando na LDO, por acreditar que devemos contribuir. Uma delas, Ver. Zé Valdir, inclusive, inclui a habitação popular nos temas indicados no art. 18, que são as prioridades. E eu não sei como não ficou a habitação no art. 18 - deve ter sido um lapso de digitação -, acredito, porque habitação é a primeira prioridade no Município, e é a prioridade de onze regiões. E, no art. 18, desapareceu, não existe. Então nós temos a Emenda para corrigir, sabemos que não é intenção do Município, que, evidentemente, respeita o Orçamento Participativo. Da mesma forma, incluímos neste artigo, em uma outra Emenda, o item “cultura”, que também, por um lapso, evidentemente, não está presente. Também estamos – sabemos que é uma Emenda polêmica, mas a polêmica é a marca deste Parlamento -, colocando uma Emenda, destinando na LDO o percentual de 5% do valor equivalente às receitas correntes, excluídos os recursos do SUS, para a habitação popular e urbanização em áreas especiais de interesse social. Por que colocamos isso? Primeiro, porque a habitação foi colocada como primeira prioridade em onze regiões; e a 2ª Conferência Municipal de Habitação, reprisando o que a 1.ª já havia colocado, aprovou que nós deveríamos, neste ano, lutar para que houvesse um percentual na LDO para a habitação. Pelo volume de investimentos que isso significa, pela precariedade que nós temos, fruto de todo sistema econômico na nossa Cidade. Então, ficou de ser feito uma discussão no Orçamento Participativo, no COMATHAB, uma discussão no Conselho do Plano de Habitação de Porto Alegre, que aliás reúne na próxima quarta-feira, e nós fizemos a emenda para que esse debate se dê, estando aberto para, se não for 5%, se for 4%, fazermos uma subemenda. Mas é necessário que a Casa, escutando esse clamor da população de Porto Alegre, defina um valor adequado para habitação.

Outra Emenda que trazemos à consideração dos colegas, é a Emenda que visa à realização da Semana Municipal de Capoeira. Temos recursos para isso, porque esta Casa, na semana passada, aprovou um Projeto, por unanimidade, exatamente criando a Semana de Capoeira em Porto Alegre, uma expressão cultural de resistência dos negros, dos afrodescendentes. Evidentemente, é preciso que na LDO esteja contemplada, essa Lei de minha autoria, Projeto que foi aprovado pela Casa.

Outra questão que consideramos importante e cremos que teremos o apoio de todos os Vereadores, é a que coloca a questão da conclusão e elaboração do Projeto do Museu de Artes de Porto Alegre, buscando fontes para a sua implementação. É importante dizer que esta Emenda foi aprovada no Plurianual, e no ano passado, a pedido da Administração, até retiramos a Emenda da LDO para que houvesse um tempo de amadurecimento. Mas acreditamos que neste ano as questões estão maduras, temos, inclusive, acompanhado a questão. Temos aqui no Correio do Povo, do dia 8, a notícia do Projeto Monumenta, que vai conseguir recursos do BID e do MEC para a questão da recuperação da área histórica da Cidade. São 16 milhões, sendo que 70% são financiados pelo BID e MEC, e serão as áreas da Praça da Matriz, Ladeira, Praça da Alfândega, indo até o Porto, onde serão recuperados prédios, e já temos o compromisso da Administração Municipal que um desses prédios vai sediar as duas grandes pinacotecas que o Município dispõe e que estão hoje subutilizadas, que são o patrimônio da cidade de Porto Alegre. Não é possível que uma Cidade cultural como Porto Alegre, Capital Cultural do MERCOSUL, não tenha o seu museu de artes. E, por meio do Plurianual, dessa Emenda na LDO e todo o esforço que o Município está fazendo, por meio da Secretaria da Cultura, por meio da Secretaria de Captação de Recursos, que vão viabilizar, pelo Projeto Monumenta, a concretização. Uma Emenda que também estamos acrescendo, temos plena certeza de que, tanto o Executivo como o Legislativo acolherão.

Também quero chamar a atenção para uma outra Emenda - não poderemos tratar todas elas, talvez -, mas que também é coerente com o Plurianual, Ver. João Antonio Dib, que cria o serviço de assistência jurídica às comunidades de baixa renda que estejam sofrendo processo de despejo. Como Presidente, que já fui, da CUTHAB, enfrentamos inúmeras comunidades em situação de verdadeiro desespero. Agora, como membro da CUTHAB, não mais como Presidente, temos acompanhado. Há poucos dias, tivemos o caso do Porto Seco, onde dezenas de famílias sofreram essa situação. Temos agora as famílias que continuam na área da PETROBRÁS com esse problema. A própria Lei Orgânica previa até uma Defensoria Pública no Município, mas estamos muito mais limitados, propondo simplesmente uma assistência jurídica, baseada na Procuradoria-Geral do Município, baseada na Assessoria Jurídica do DEMHAB, que dêem, então, a cobertura, a assistência jurídica às famílias que estão nessa situação de dificuldade.

Outra Emenda que fizemos e que nos parece também adequada, no art. 17, foi apresentada no ano passado, por iniciativa também deste Vereador, quando havíamos incluído um incentivo à utilização dos fitoterápicos, que são baseados, Ver. João Antonio Dib, V. Ex.ª que também tem preocupação na área dos fármacos, com o laboratório do Município. Os fitoterápicos são a nossa biodiversidade, a cultura medicinal dos nossos povos indígenas, dos nossos caboclos. Temos hoje um programa estadual de incentivo aos fitoterápicos, e já estava na LDO do ano passado, Ver. Marcelo Danéris, e talvez, por um lapso, foi retirado, e nós acrescentamos novamente a expressão “incentivo à utilização dos fitoterápicos”, que já esteve contemplada até pelo Governo no ano passado.

Por último, nós também fizemos outra Emenda - e sabemos que o Ver. Dr. Goulart é outro batalhador nessa área -, a Emenda é no sentido bem genérico para permitir que o Município resolva, que é a ampliação do horário de atendimento nos postos de saúde de acordo com as possibilidades e prioridades de cada região.

Nós temos algumas outras Emendas, que são poucas e trataremos na Sessão seguinte. O espírito é esse: respeitar o que o Orçamento Participativo já construiu, o que o Executivo já construiu, mas colaborar para o aperfeiçoamento, porque fomos eleitos para isso e devemos cumprir com o nosso papel aqui, assim como votar depois esta importante Lei. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. Zé Valdir está com a palavra para discutir a Pauta Especial.

 

O SR. ZÉ VALDIR: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, pretendia debater a questão dos transportes da Assistência Social, na LDO, mas instado, provocado até pelo meu amigo Ver. João Antonio Dib, sempre aguerrido, polêmico e veemente, porém, sempre leal e cavalheiresco, sou obrigado a aceitar essa provocação e debater duas questões que ele tematizou aqui; a primeira, a questão do equilíbrio orçamentário; a segunda é a questão do Orçamento Participativo, do ponto de vista histórico e bíblico, na interpretação do Ver. João Antonio Dib.

Quero dizer, Ver. João Antonio Dib, preliminarmente, que V. Ex.ª é um homem equilibrado, não resta dúvida, talvez a prova de que nós todos somos humanos é que até V. Ex.ª se equivoca, às vezes. Essa é a prova principal de que todos nós somos humanos.

Ver. João Antonio Dib, quando levanto a questão do equilíbrio orçamentário é que este tema tem sido muito caro para os políticos, de uma maneira geral, os administradores, especialmente - e foi esse o debate que eu coloquei na última Sessão -, para os que se reivindicam do liberalismo, que estão a toda hora colocando a questão do equilíbrio orçamentário como uma meta, meta que depois os Governos acabam não praticando. Em Porto Alegre conseguimos a façanha de não só praticar o equilíbrio orçamentário, como até reconhecido por V. Ex.ª, embora V. Ex.ª critique, conseguimos até o superávit primário, o que, aliás, foi fundamental para conseguirmos determinados empréstimos. Quero dizer que esse equilíbrio orçamentário foi um processo de conquista da cidade de Porto Alegre, ao longo dessas últimas administrações, porque, se eu tivesse que simbolizar a Prefeitura de Porto Alegre, quando a Frente Popular assumiu, em 1989, eu faria uma charger da seguinte maneira: um bico de luz estragado, um ônibus quebrado lá em cima, uma guaiaca vazia. Porque era exatamente nessa situação que recebemos a Prefeitura: a Cidade às escuras; os ônibus que pegávamos no fim de linha quebravam-se logo à frente, porque não havia renovação da frota; e o caixa da Prefeitura quebrado - vamos usar o linguajar popular aqui -, tanto que, para pagar o aumento do funcionalismo, aprovado pela Câmara, três dias antes do novo Prefeito Olívio Dutra assumir, se teve de pedir empréstimo nos bancos e, a partir daí, nós fomos capazes de construir um equilíbrio orçamentário e, veja bem, construímos esse equilíbrio com participação popular, gostem ou não gostem do Orçamento Participativo, mas com participação popular, porque alguns dizem que nas crises não pode haver participação, e nós mostramos que exatamente podemos sair da crise ouvindo a sociedade e sem renúncia fiscal, porque, quando nós assumimos a Prefeitura, ela estava totalmente desacreditada: os funcionários com salários atrasados, os fornecedores que não recebiam os pagamentos em dia, e a população que não pagava ou não se esforçava muito para pagar os impostos, porque sabia que, em seguida, viria uma anistia. Nós acabamos com isso e colocamos credibilidade na Prefeitura e, por isso, esse fator subjetivo também é importante para conseguirmos essa grande conquista da Cidade, que foi o equilíbrio orçamentário. Vejam bem: sem renúncia fiscal.

Eu quero aceitar o debate que um outro Vereador falou sobre o tema da Ford. Vejam bem que, nesta semana, foi publicado, no dia 18, o seguinte: “A produção industrial do Rio Grande do Sul e do Rio de Janeiro tiveram as maiores taxas de crescimento no mês de abril, em comparação com o mesmo período do ano passado; cresceram 10,6%, bem acima da média nacional que ficou em 6%. E a Bahia, como é que ficou? Deve ter crescido mais a Bahia, porque lá eles fizeram renúncia fiscal, levaram a Ford. Pois, pasmem os senhores: a Bahia teve o pior desempenho industrial. Foi registrado que a Bahia apresentou uma queda de 6,6%, com renúncia fiscal e com toda essa discussão que se faz aqui na Câmara, elogiando a Bahia. Nós estamos bem acima da média nacional, junto com o Rio de Janeiro.

Veja, Ver. João Antonio Dib, quem é que dá esses dados? É algum instituto do PT? Não, é o IBGE. Essa é uma notícia do dia 18, agora. Esses são dados, são fatos, e contra dados e fatos, dificilmente, tem-se algum argumento, a não ser que o argumento seja para tergiversar.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Zé Valdir, nós, às vezes, nos equivocamos mesmo. V. Ex.ª se equivoca, quando afirma que receberam salário atrasado da Prefeitura. Desde 1962, quando o Prefeito José Loureiro da Silva colocou em ordem as finanças da Prefeitura, nunca mais atrasou. Em janeiro de 90 o Prefeito Olívio Dutra quis dar o golpe e atrasar o salário e não conseguiu. Orçamento equilibrado é quando a receita e a despesa são iguais, isso eu aprendi na escola, só se a escola mudou.

 

O SR. ZÉ VALDIR: Ver. João Antonio Dib, exatamente, mas nós chegamos ao superávit, porque passamos pelo equilíbrio. E passamos pelo equilíbrio com a participação popular sem renúncia fiscal, exatamente com receituário, oposto ao receituário neoliberal que V. Ex.ª defende. Esse é o debate que eu quero fazer, sobre os ônibus, falar aqui da tarifa de ônibus, pois a tarifa de ônibus nas capitais, comparativamente, Porto Alegre, hoje, é a décima primeira, quer dizer, há dez tarifas mais caras do que Porto Alegre. E é o segundo salário mais alto de cobradores e motoristas. Isso se chama competência e qualidade. Isso são dados também. Não adianta chegar aqui e dizer, afirmar, de forma irresponsável que a tarifa de Porto Alegre é a mais cara do Brasil. Não. Não é. É uma das mais baratas das capitais e os motoristas os mais bem pagos, só perdendo para São Paulo, os motoristas e cobradores. Isso significa respeito ao usuário, respeito aos trabalhadores.

Por último, a tematização, a comparação Bíblica do Ver. João Antonio Dib. O Ver. João Antonio Dib, é um grande Engenheiro, mas matéria de História e também de Teologia eu acho que não é o forte do Vereador. Porque vejam bem, ele pegou um exemplo de Pilatos. Pilatos foi um ditador de um país submetido ao imperialismo americano que na época se chamava Império Romano, e ele aqui aplicava uma fórmula que seria a fórmula do FMI hoje, que era da praxis romana, completamente diferente. Se nós tivéssemos que comparar com algum dirigente, eu acho que não seria o endereço de Porto Alegre, não seria. Acho que seria mais acima, talvez em Brasília. Segundo, Vereador, o que o Pilatos fez não foi participação, foi uma consulta muito mais no estilo do Pinochet, aquelas consultas sem debates, ele chegou na hora, na emoção da massa e fez uma consulta como o Pinochet fazia, os plebiscitos dele seriam um debate. Isso não é participação. Eu lamento, se V. Ex.ª conhecesse melhor a Bíblia citaria outra coisa. Uma outra passagem linda do Evangelho, quando Cristo diz para os seus seguidores o seguinte: “Toda a vez que estiverdes reunidos (e reunião significa participação, debate, possibilidade de divergências), estarei no meio de vós”. Pensei que V. Ex.ª fosse citar essa passagem Bíblica, porque essa é que informa o Orçamento Participativo e não a do Pilatos, que não tem nada a ver com o sistema de participação popular, com o sistema democrático, com independência política; tem exatamente com o oposto, com ditadura. Pilatos significa ditadura, submissão de um país ao outro, perda da soberania nacional, é tudo isso, é receituário do FMI, é tudo isso que o Pilatos simboliza, e ele tem que ser comparado com isso, sob pena de fazermos um simplismo histórico, fazermos uma inversão histórica. Sou professor, nessa matéria de história sou professor, em história sou professor, e leio bastante e procuro me atualizar permanentemente.

 

O Sr. Ervino Besson: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) V. Ex.ª está com um discurso flamante, está vermelho, é que V. Ex.ª disse que a passagem do transporte coletivo é a mais barata do País, pergunto se V. Ex.ª tem o cálculo do aumento do salário do trabalhador comparando com o aumento do salário.

 

O SR. ZÉ VALDIR: V. Ex.ª tem que se informar, tem que ler, está aqui, estatística nacional, posso dar uma cópia para V. Ex.ª se informar sobre os preços das tarifas de todas as capitais brasileiras, a data em que elas foram majoradas e o resultado, porque é só calcular matematicamente e os salários são a mesma coisa. V. Ex.ª pode ligar para as prefeituras e perguntar e confirmar se os dados são verdadeiros ou não, é um dado, Vereador, não é tirado da minha cabeça aleatoriamente. Não estou fazendo discurso vazio, aqui, estou trazendo dados e também colocando posições políticas, porque esta Casa é uma Casa política, é para debate. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

1ª SESSÃO

 

PROC. 1965/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 120/02, de autoria do Ver. Sebastião Melo, que revoga a Lei nº 8.470, de 21 de março de 2000, que estabelece a identificação de raça e etnia nos dados cadastrais da Administração Municipal.

 

PROC. 2006/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 123/02, de autoria da Ver.ª Clênia Maranhão, que altera o art. 9º da Lei nº 5.456, de 23 de outubro de 1984, e alterações posteriores, que define Pontos de Estacionamento para o serviço de transporte de passageiros em veículos de aluguel - Táxi e estabelece normas.

 

PROC. 2012/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 124/02, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Pardal um logradouro público cadastrado,  localizado no Bairro Jardim Carvalho.

 

PROC. 2028/02 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 076/02, de autoria do Ver. Beto Moesch, que reserva a Avenida Clébio Sória para promoção de eventos em comemoração à Semana Mundial do Meio Ambiente.

 

PROC. 2029/02 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 077/02, de autoria do Ver. Beto Moesch, que destina Sessão Especial alusiva à comemoração da Semana Mundial do Meio Ambiente.

 

3ª SESSÃO

 

PROC. 1856/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 111/02, de autoria do Ver. Juarez Pinheiro, que denomina Rua Gabriel Ramos Porto um logradouro público cadastrado, localizado no Bairro Partenon.

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu serei breve, muito breve. Em primeiro lugar para dizer ao Ver. Sebastião Melo que eu o cumprimento pela sua proposição que revoga a Lei de n.º 8.470 que estabelece identificação de raça e etnia nos dados cadastrais da Administração Municipal.

Conforme Tânia Faillace teria sido votado por unanimidade esse Projeto na Câmara, não foi. E quando foi discutido eu disse que se fazia uma discriminação racial, na solicitação da Ver.ª Helena Bonumá. Espero que a Câmara torne sem efeito este Projeto.

 

O Sr. Isaac Ainhorn: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. João Antonio Dib eu também tenho uma enorme preocupação desde a época em que esse Projeto de autoria da Ver.ª Helena Bonumá, estava tramitando, da identificação racial das pessoas. Nós sabemos que, cientificamente, os critérios de identificação racial são todos, completamente superados e extremamente perigosos porque levam à diferenciações, a preconceitos e a discriminações. Eu tenho certeza de que a intenção da Ver.ª Helena Bonumá foi diversa. A Exposição de Motivos caminhava num determinado sentido e o Projeto noutro. Embora a intenção seja boa, as conseqüências seriam graves. Por isso é correto o caminho de V. Ex.ª, de apoio ao Projeto do Ver. Sebastião Melo.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Nós temos a oportunidade de restabelecer a ordem na questão.

Eu também quero dizer que a Ver.ª Clênia Maranhão está apresentando um Projeto sobre ponto de estacionamento de táxis. Eu acho que esta Câmara tem a oportunidade de estudar o que está acontecendo no Aeroporto com o Táxi Especial. A Secretaria parece estar tumultuada.

E o Ver. João Carlos Nedel quer homenagear o pardal: Rua Pardal. O Ver. Fernando Záchia vai ficar brabo, o pardal terminou com o tico-tico, e o Ver. João Carlos Nedel diz que não. Mas de qualquer forma é uma denominação que pode ser dada. Saúde e paz! Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Solicito ao Ver. João Antonio Dib que assuma a presidência dos trabalhos.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente, Ver. João Antonio Dib, Srs. Vereadores e Vereadoras, a Ver.ª Clênia Maranhão apresenta um Projeto sobre pontos de estacionamento de táxi, que merece a nossa análise porque é um assunto que preocupa a Cidade.

Eu tenho um Projeto, já na Ordem do Dia, que estabelece a designação de que em hotéis, no Centro, sejam colocados pontos fixos de táxi, porque, Ver. Mário Bernd, quando os hóspedes saem dos hotéis e se dirigem ao aeroporto e esquecem algum documento, algum objeto no táxi, se não for um táxi de ponto fixo fica difícil a identificação do veículo. Então, os hotéis têm dificuldade de encontrar os objetos deixados em táxis. Eu tenho certeza de que o Projeto da Ver.ª Clênia Maranhão será muito bem analisado.

O Ver. João Antonio Dib informou que estou denominando uma rua de pardal. Essa rua é em um loteamento do Bairro Jardim Carvalho, Heróphilo de Azambuja, é o antigo Ipê 2, que, finalmente, depois de trinta, quarenta anos, foi regularizado. E agora os moradores pediram que nesse loteamento, nessa vila, as ruas recebessem denominação de pássaros e aves. Vai ficar um loteamento sui generis em Porto Alegre. Eu havia denominado esse logradouro de Rua Garça, mas já há uma Rua Garça em Porto Alegre, então os moradores pediram para trocar para Rua Pardal. Eu quero dizer que ficará sui generis em Porto Alegre, respeitando a fauna e o meio ambiente, será um loteamento turístico em nossa Capital. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Beto Moesch está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. BETO MOESCH: Sr. Presidente, Ver. João Antonio Dib, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, cabe-me explicar dois Projetos de Resolução de minha autoria. Um reserva a Av. Clébio Sória, que é esse corredor no térreo da Câmara de Vereadores, para a promoção de eventos e comemoração da Semana Mundial do Meio Ambiente. Nós já fizemos duas edições no ano passado e esta, mostrando como é possível desenvolver atividades ecologicamente corretas, seja na arte, seja em construções. Isso tem valorizado os porto-alegrenses que se debruçam sobre isso e tem dado à Câmara de Vereadores um papel importante, porque ela se insere na Semana Mundial do Meio Ambiente. Com este Projeto de Resolução, este Vereador não precisaria mais, ou nenhum outro Vereador, solicitar para que, na Semana do Meio Ambiente, na Av. Clébio Sória se fizessem essas exposições. Fica como já pré-agendado, estabelecido institucionalmente pela Câmara de Vereadores. A mesma coisa para a Sessão especial alusiva à Semana Mundial do Meio Ambiente; nenhum Vereador precisaria mais solicitar uma Sessão, então, utilizando o período de Comunicações ou de Grande Expediente, para refletirmos sobre o meio ambiente. Ficaria institucionalizado na Câmara de Vereadores, ad perpetuam, ou seja, sempre, na Semana Mundial do Meio Ambiente, em torno do dia 5 de junho, que é o Dia Mundial do Meio Ambiente, uma Sessão especial para refletirmos como, por exemplo, Porto Alegre está inserida no contexto de um desenvolvimento sustentável. Então, essa é a idéia, institucionalizarmos, na Câmara de Vereadores, a Semana Mundial do Meio Ambiente, independentemente de proposições de Vereadores. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio DIB): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. ADELI SELL: Ver. João Antonio Dib, que preside esta Sessão nesta tarde, minha saudação especial, Sr.as Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores, na esteira da discussão, e a proposição é do Ver. Beto Moesch, digo que estamos aqui para apoiar integralmente - porque é fundamental a instituição da Semana do Meio Ambiente - a utilização dos espaços que temos, nesta Casa, para desenvolver esse tipo de atividade.

Digo mais, Ver. Beto Moesch, acabo de protocolizar um Projeto de Lei, para o qual tenho a absoluta convicção de que V. Ex.ª, ao ler, será, mais uma vez, parceiro, pois estamos tratando do destino dos pneus na cidade de Porto Alegre. Nós tivemos o apoio para um estudo dessa legislação já existente, em nível federal, conseguimos ver uma forma de como trabalhar essa questão em nível local. Sei que estaremos juntos, porque essa é uma das minhas maiores preocupações. E veja V. Ex.ª que agora se fez uma magnífica campanha sobre a dengue, e um dos lugares onde mais a água fica empoçada é exatamente no pneu velho, porque, de qualquer forma que esteja colocado na natureza, ele acaba sendo um receptáculo de água, portanto um fomentador e um criador de mosquitos e, provavelmente, do mosquito da dengue.

 

O Sr. Beto Moesch: V. Ex.ª permite um aparte. (Assentimento do orador.) Ver. Adeli Sell, apenas para contribuir com a sua iniciativa, pois ela é muito importante. Em todo o País, a estimativa aponta que existam duzentos milhões de pneus jogados no meio ambiente. São duzentos milhões de pneus jogados sem nenhum tipo de destino no meio ambiente. Fazendo-se a proporção para Porto Alegre, o número também será imenso.

 

O SR. ADELI SELL: Há dados controversos sobre isso, mas há a possibilidade de ser mais de duzentos. Isso é uma estimativa. É uma estimativa inclusive otimista. Pode haver mais, porque o aumento do uso do automóvel é brutal. V. Ex.ª já deve saber, e até melhor do que eu, pois tem trabalhado as questões ambientais com eficiência, que a nossa Secretaria de Obras e Viação está trabalhando a questão da utilização do resíduo, do trabalho do pneu moído, cortado, para o uso no asfalto. Essa seria uma alternativa extremamente importante. Quero trazer ao conhecimento dos meus pares que, em Curitiba, há um trabalho muito grande feito nessa área. Inclusive eu faço uma menção longa sobre essa questão na exposição de motivos do meu Projeto de Lei. Então, evidentemente, Vereador, somos solidários apoiadores de sua proposição, que a Semana do Meio Ambiente seja instituída por esta Casa, que, independentemente do pedido deste ou daquele Vereador, nós tenhamos a cada ano esta preocupação. Até porque, no ano passado, o meu colega de Bancada Ver. Estilac Xavier fez um trabalho inteiro sobre a questão da água, uma preocupação que o Vereador tem sistematicamente levantado aqui, que eu acho que é muito justa, porque esse é um bem finito na natureza. Nós, que moramos no Brasil... E nós temos um Estado bastante privilegiado neste sentido, estamos rodeados de um lago magnífico, há o delta, que traz essa água de tudo que é canto do Estado, mas temos muita poluição em nossas águas e estamos vendo como a natureza está sendo maltratada pelo ser humano. Então, a água se torna, a cada dia, um bem mais e mais finito, e nós temos regiões inteiras onde a questão da água potável já é um grande problema. Também me parece que temos de pensar um pouco mais na questão do desperdício de água, que é feito, hoje, de uma forma tão brutal, tão grotesca, e mais adiante poderemos sofrer pelos abusos cometidos hoje em dia. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Raul Carrion está com a palavra para discutir a Pauta. Ausente. O Ver. Zé Valdir está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. ZÉ VALDIR: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, estou discutindo o Projeto da Ver.ª Clênia Maranhão que pretende alterar a Lei n.º 5.456, que define os pontos de estacionamento para os serviços de transporte de passageiros em veículos de aluguel, táxi, e estabelece outras normas. Um Projeto singelo, com o qual eu não tenho, em princípio, divergência. Eu tenho dúvidas a respeito do Projeto. Como este é um espaço para discussão, estas dúvidas poderão até se transformar em divergências, mas no momento são dúvidas. Como este é um espaço para discussão, exatamente para que clarifiquemos cada vez mais as proposições, eu me inscrevi para debater este Projeto. Praticamente esse Projeto tem um artigo, que é o art. 1.º, que modifica o art. 9.º da lei em vigor, e que diz o seguinte: “A inclusão ou exclusão de veículos de um ponto de estacionamento fixo se encaminhará quando o órgão municipal responsável constatar tecnicamente o aumento ou a redução da demanda de passageiros no local.” Até aí nenhum problema. É através de levantamentos técnicos que a Prefeitura deve administrar se aquele ponto de táxi tem de ter mais veículos, ou até reduzir o número de veículos para colocá-los em outro ponto. O problema é o Parágrafo Único: “De posse dos resultados técnicos, antes de o Município promover quaisquer medidas, deverão ser ouvidos os representantes permissionários do devido estacionamento fixo.” E o Projeto pára aí. Mas, ouvir para quê? Ouvir de forma construtiva? É ouvir para acatar essa oitiva dos permissionários? Poderemos estar criando expectativas de que quem tem a última palavra são aqueles taxistas que estão naquele ponto. Então, para quê o levantamento técnico? Se não é para eles determinarem, é para ouvir por ouvir. E tem outro detalhe: e a população não vai ser ouvida? A população é a usuária dos serviços. E quanto a ouvir apenas os taxistas que se utilizam de determinado ponto há um problema, que, eventualmente, pode ser colocado, que é o interesse do serviço, da concorrência. Muitas vezes, por interesse na exploração dos serviços, os taxistas podem achar que não devam ser colocados mais taxistas ali, porque, obviamente, colocando-se mais um taxista, é mais um concorrente para o serviço. No entanto, tecnicamente, um levantamento pode indicar que para o usuário seja interessante colocar mais táxis. E quem decide sobre isso? Então, vamos criar uma expectativa por parte dos taxistas que utilizam determinado ponto de que, ao ouvi-los, o Poder Público tem de acatar, mas isso não está dito no Projeto, e a população está ausente. Se ouvirmos um lado, se ouvirmos os prestadores de serviço, os usuários, será que também não têm de ser ouvidos? São dúvidas a respeito do Projeto que eu tenho; é claro que essas dúvidas, se forem plausíveis, podem ser sanadas através de alguma emenda modificativa ou aditiva ao Projeto da Vereadora, mas são alguns pontos que me chamaram a atenção, algumas dúvidas que eu quero socializar com o conjunto dos nobres pares para que nós possamos dirimir essas dúvidas ou até modificar, alterar ou contribuir para o Projeto da Vereadora. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Antônio Augusto Bernd está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ANTÔNIO AUGUSTO BERND: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, utilizamos este tempo de Liderança do PPS para nos reportar sobre a pesquisa publicada no final de semana a respeito da sucessão estadual para o Governo do Estado realizada pelo Centro de Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, a UFRGS. Aliás, já há uma tradição, essa pesquisa já tem história, mas a sua credibilidade ficou questionada por ocasião das prévias do PT, quando o Sr. Tarso Genro se utilizou desse instituto para se promover e ter vantagem em nível eleitoral nas prévias. Essa pesquisa publicada no final de semana apresenta um índice de 36% para o Sr. Tarso Genro. É difícil imaginar 36% para um candidato que em primeiro lugar traiu um acordo partidário do seu Partido, o PT, quando da sucessão à Prefeitura havia um acordo em que o Prefeito e o Vice-Prefeito eram sucessores naturais para serem os candidatos, e esse Sr. Tarso não honrou esse compromisso partidário, traindo o seu companheiro de então o Ver. José Fortunati. Esse que traiu também o seu Governador, quando se colocou como candidato na prévia, em disputa na questão justamente com o candidato natural do Partido. Esse Sr. Tarso candidato, que é o do PT, que governa o Governo do Estado e que está levando este Estado ao maior caos da sua história. O Tarso que é igual ao PT, é igual ao Olívio que determina o maior arrocho salarial da história do funcionalismo público estadual. Esse Tarso que está levando o IPE a uma situação insustentável. Não é possível que tenha 36% de aceitação do povo rio-grandense! É bem verdade que há muitos, milhares de CCs que seguem a cartilha desse Partido, mas que não vai passar de 15%. De qualquer forma, é bem provável que esses eleitores não tenham conhecimento que esse lobo travestido em pele de cordeiro é o mesmo responsável por esse caos na área da segurança, o caos na área da saúde no Rio Grande do Sul.

Por isso, eu quero aqui denunciar que os eleitores tenham a necessidade de terem consciência de quem é esse candidato, o Sr. Tarso, aquele que traiu aqui a Câmara Municipal quando disse que iria cumprir o mandato de quatro anos e não cumpriu. Por isso a nossa denúncia neste momento. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, assisti, ontem, às manifestações dos candidatos a Presidente da República sobre o tema da habitação.

A habitação, como sabemos, é um dos mais dramáticos problemas que nos atingem. Gostaria, por isso, da atenção dos Srs. Vereadores a esse tema relevante da vida nacional, dos problemas sérios deste País, que é a habitação. Na cidade de Porto Alegre, por exemplo, um terço da população vive em subabitação.

As alternativas que os candidatos apresentaram foram todas extremamente interessantes. Um dos candidatos a Presidente da República, por exemplo, apresentou uma alternativa de isentar de ICMS o tijolo, o cimento, a areia, a brita. Muito bem. Mas todas as vezes, Ver. Juarez Pinheiro, que houve isenção de impostos em bens essenciais, essas isenções, normalmente, não beneficiaram a população, porque do preço final não são retiradas as isenções que passa a gozar a estrutura empresarial deste País em relação àquelas áreas que são prioritárias. Infelizmente, é isso que acontece: há isenção, mas não é repassada para o produto final. Então, não adianta isentar cimento, tijolo, areia, brita de ICMS, porque não se terá a certeza de que essas isenções vão reduzir o custo da habitação no nosso País. Eu fico espantado, às vezes, Ver. Zé Valdir, com o despreparo até dos candidatos, indiscriminadamente. Venho de uma geração que estudou profundamente os problemas nacionais.

A farra com o dinheiro público é uma coisa impressionante! Porque quando se tem dinheiro subsidiado, os bens começam a encarecer. Vou dar um exemplo na economia primária brasileira: há um projeto maravilhoso com relação à agricultura e à pecuária no Brasil que é um sistema de modernização da frota. Ninguém mais conseguia modernizar a frota neste País, porque os juros eram muito altos, e, por isso, implantou-se, com repasse de dinheiro público, Ver. Zé Valdir, o “Modernfrota”, que permite ao produtor rural comprar, com dinheiro do recurso público, do BNDES... Porque o dinheiro do BNDES é dinheiro público; o repasse do BNDES é dinheiro público. Esse dinheiro chega ao produtor rural para a aquisição de trator, de semeadeira, de equipamentos agrícolas, a 8,75% ao ano. É um bom juro para comprar. É um juro capaz de enfrentar as atividades inerentes à atividade da economia primária.

Mas, sabe o que é que acontece, Vereador? Eu vou lhe dar um exemplo: no ano passado, uma semeadeira, produzida em Passo Fundo, custava – e eu tenho os preços todos, Vereador – 18 mil reais, uma semeadeira de plantio convencional e plantio direto, sete linhas. É uma semeadeira, que não é das mais avançadas, mas de bom padrão: 18 mil reais. Tem cinco anos para pagar, com um ano de carência, a 8,75%.

O que é que acontece, Ver. Zé Valdir? O que acontece é que essa semeadeira que, no ano passado, Ver. Pedro Américo Leal, custava 18 mil reais, inexplicavelmente, hoje, no mercado, ela está custando 28 mil reais! O que é que justifica esse plus, esse acréscimo no preço dessa semeadeira? Uma semeadeira mais avançada, que, no ano passado, na EXPOINTER, estava por 26 mil reais, está 40 mil reais! Então, não adianta ter juros de 8,75% - que são juros subsidiados pelo dinheiro público - se lá na venda do produto eles aumentam o preço! Não é possível o País se reconstruir nessa base? Porque, quando vêem que o dinheiro é fácil para buscar, o dinheiro é publico, então eles aumentam o preço dos produtos! O que é que justifica uma semeadeira, que custava 18 mil, no ano passado, estar 28 mil? Uma outra, de última geração, de 28, 29 mil reais, estar 40 mil reais? Eu não vou dizer o nome das empresas. São nossas empresas, de grande tecnologia, de grande avanço, mas nada justifica um aumento de 60% nesses equipamentos agrícolas, nesses implementos! Um trator, que custava, no ano passado, 51 mil reais, está 66 mil reais! Sabem por que aumentou esse preço? Porque há dinheiro público para financiar! Então, eles aumentam, indiscriminadamente! Então, não adianta pagar 8,75% de juros ao ano se o preço do produto dispara! É isso que acontece. Da mesma maneira, a habitação. Não adianta o repasse de dinheiro público para estimular a construção civil, se não houver uma rigorosa fiscalização do Poder Público, dizendo que uma casa de 50m2, não pode custar mais do que 6, 7 mil reais. Tem de haver um preço padrão, porque, senão, a voracidade da busca do lucro rebenta com qualquer projeto habitacional neste País. É isso o que acontece. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Fernando Záchia está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. FERNANDO ZÁCHIA: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, esta Câmara aprovou a criação da Comissão Especial para analisar a viabilidade da implantação do metrô na cidade de Porto Alegre. Essa Comissão tem-se reunido todas as quartas-feiras, com as importantes participações de Vereadores desta Casa, de pessoas interessadas e ligadas ao tema. Essa Comissão tem, talvez, conseguido algo que poucos conseguiram, Ver. João Antonio Dib: colocar em torno da mesma mesa a EPTC e a TRENSURB, porque ambas desenvolveram, inicialmente a TRENSURB, o Projeto da Linha 2; e a EPTC criou um grupo de técnicos para que pudesse analisar esse projeto. Então, sobre as divergências que existem entre a EPTC e a TRENSURB, esta Comissão tem propiciado um amplo e profundo debate. Então, nós temos progredido, temos avançado na discussão, na reflexão dessa matéria.

Todas as quartas-feiras, normalmente, reúne-se essa Comissão, repito. Nós tínhamos pré-agendado, com uma boa antecedência tínhamos contatado com a Secretaria Municipal do Planejamento, com a Secretaria Estadual do Planejamento, e principalmente com a METROPLAN, para que ela pudesse dar prosseguimento a essa discussão. A METROPLAN é de uma participação vital, eu diria até decisiva na discussão desse processo, porque estaríamos discutindo a estadualização da TRENSURB, que tem sido sempre uma das grandes desculpas para inviabilizar a discussão da Linha 2, a discussão da implantação do metrô em Porto Alegre. Porque para inviabilizar a discussão sobre a Linha 2, a discussão da implantação do metrô em Porto Alegre, porque para viabilizar a Linha 2 o Estado teria que assumir a Linha 1, o TRENSURB e, conseqüentemente, os seus subsídios. Essa era a grande discussão que iria pautar o prosseguimento dessa discussão. O Ver. Adeli Sell, Relator dessa Comissão, que tem tido uma participação ímpar, ajudou-nos, inclusive, no agendamento com os órgãos dos Governos municipal e estadual, que são do seu Partido, para que pudéssemos dar prosseguimento aos trabalhos. Porque por duas vezes o TRENSURB e a EPTC vieram participar dessa Comissão, porque sabíamos de antemão que o Secretário de Planejamento do Estado, Sr. José Henrique Paim estava no Rio de Janeiro gestionando junto ao BNDES financiamento para o Governo do Estado e não poderia estar presente; e ele fazia questão de vir pessoalmente discutir a questão da captação dos recursos para viabilizar essa obra. Mas o grande participante era a METROPLAN, que, hoje, de uma maneira surpreendente, não veio. Chegou-nos às 10h30min, sendo que a reunião iniciou-se às 10h, um fax da METROPLAN, endereçado ao Sr. Presidente. A Casa tem o Presidente, o Ver. José Fortunati, e os outros Presidentes das Comissões, sendo que, desta Comissão o Presidente é este Vereador. O fax dizia: “Sr. Presidente Ver. Carlos Alberto Garcia – 1º Vice-Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre. Em conformidade com a Secretaria de Coordenação e Planejamento, solicitamos o adiamento da reunião de 19 de junho de 2002, às 10h, no Plenário Otávio Rocha, da Câmara de Vereadores, a qual teria como pauta a viabilidade da implantação da Linha II do metrô em Porto Alegre”. Esse fax chegou à Câmara Municipal ontem, está datado do dia 18 de junho, ontem – está aqui a data do recebimento do fax – às 18h. Mandam um documento assinado pela Sr.ª Leonilde Guimarães, Chefe de Gabinete da Superintendência. São convidados, vai um ofício expedido por esta Casa, pelo Presidente da Casa, endereçado ao Governador do Estado, e o Governador do Estado distribui ao órgão que pertence ao Estado. Esta Comissão tem o cuidado de mandar um fax para confirmar o agendamento feito e confirmado pelo Ver. Adeli Sell, pelas assessorias da Comissão, confirmada a presença do Sr. Superintendente da METROPLAN e de um técnico. Aí, mandam um fax para esta Casa, às 18h do dia anterior ao da reunião, para o gabinete do 1.º Vice-Presidente, dizendo que não poderiam comparecer, pedindo que transferíssemos esta reunião. O Secretário do Planejamento do Estado, o Dr. Vieira, mandou aqui a Dr.ª Elisabeth para representar e participar, tendo-nos avisado de antemão que não poderia participar. A METROPLAN está querendo fugir da discussão, e essa me parece a grande questão para que nós possamos fazer uma reflexão. Se a METROPLAN não quer a implantação do metrô, tem de assumir, tem de vir aqui nesta Casa, onde há uma Comissão em que é dado espaço para isso, para que possamos discutir e dizer: “É ruim para o Estado do Rio Grande do Sul a estadualização da TRENSURB.” Mas tem de assumir; não tem de inviabilizar o trabalho desta Casa, o trabalho de parlamentares e de instituições que estão levando com a seriedade que a matéria merece, dizendo, na véspera, às 18h, que não pode participar. Vamos trabalhar de maneira séria, porque o assunto é extremamente sério. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Raul Carrion está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. RAUL CARRION: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, em nome do Partido Comunista do Brasil, quero informar a esta Casa que, no último dia 13 de junho, na Assembléia Legislativa de São Paulo, foi realizada uma reunião extraordinária do Comitê Central do Partido Comunista do Brasil, com a participação das principais lideranças nacionais do Partido dos Trabalhadores. Na ocasião, foi formalizada a coligação eleitoral, em nível nacional e em todos os Estados brasileiros, entre o Partido dos Trabalhadores e o Partido Comunista do Brasil, com a candidatura comum à Presidência da República de Luiz Inácio Lula da Silva. Em todos os Estados brasileiros o acordo firmado deverá ser seguido por coligações estaduais, tanto em nível majoritário, como em nível estadual, porque, no entendimento de ambos os Partidos, se impõe, neste momento, uma grande unidade de todas as forças que se opõem a este projeto neoliberal, que vem levando o nosso País no rumo do precipício, ameaçando a transformação deste País em uma nova Argentina. Na verdade, os mesmos que, seguindo a cartilha do FMI, estão tornando o País inviável, ameaçam que, se mudar o País, cairemos numa Argentina. Na verdade, nós deveríamos dizer que o País, tecnicamente, do ponto de vista econômico, já é um País quebrado, e se ele não chegou ainda à situação da Argentina, é porque o Brasil é muito maior do que a Argentina, e a falência do Brasil levaria de roldão a uma quebradeira no sistema financeiro internacional e a um caos econômico no mundo capitalista, imperialista, onde, tanto o Bloco Asiático, comandado pelo Japão, como o Bloco Europeu, cuja grande potência, a Alemanha, já se encontram estagnados, em crise há muitos anos, e agora o único País que ainda crescia, os Estados Unidos, encontra-se, tecnicamente, também em situação de estagnação. Não é, portanto, a mudança que os nossos Partidos propõem que ameaça levar o Brasil para o caos, mas é a continuidade deste projeto neoliberal, que já levou o Brasil para o caos e ameaça a quebradeira.

Como eu já disse, na semana passada, agora, a culpa da instabilidade, segundo eles, é do povo, porque o povo está dizendo, por intermédio das pesquisas, que não quer a continuidade do que está aí. Por intermédio das pesquisas, está dizendo que precisa mudar o Brasil, e os candidatos que, de uma forma ou outra, expressam o sentimento de mudança, em primeiro lugar, Lula, que tem mais de 40% nas pesquisas; Garotinho que tem 18%, até Ciro que está também nessa proporção, expressam a vontade de mudança do nosso povo, que agora está proibido de querer mudar, tem de sofrer calado com o desemprego, a miséria e o salário de fome.

Segundo Soros, o megaespeculador mundial, não é o povo brasileiro, Cel. Pedro Américo Leal, que vai decidir a eleição. Segundo ele, vivemos nos tempos do Império Romano, quando o Imperador, em Roma, decidia o que as províncias podiam desejar. Para Soros, Lula não será eleito, porque o “Império” de hoje, que é o “Império do Norte”, não permitirá. Não é possível que a Nação brasileira não se rebele, não se revolte e aceite tal domínio e tal desmoralização da nossa Nação. Cel. Pedro Américo Leal, V. Ex.ª, como militar nacionalista, eu sei que ferve por dentro, por escutar um megaespeculador desses dizer que o nosso povo não tem direito de votar no Governo que ele quer.

Por isso, a aliança entre o PT e o PC  do B, que será a aliança vitoriosa neste ano, dirá não aos especuladores, dirá não ao “Império do Norte”, defenderá a nossa Amazônia, a nossa Base de Alcântara, defenderá a nacionalidade. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Marcelo Danéris está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. MARCELO DANÉRIS: Sr. Presidente Paulo Brum, Srs. Vereadores, Sr.as Vereadoras e público que nos acompanha aqui e pela TVCâmara, nós estamos a vinte dias do início da campanha, Ver. Pedro Américo Leal. Apesar da Copa do Mundo, o público, a população, os cidadãos, as cidadãs começam a prestar atenção sobre o processo eleitoral importantíssimo pelo qual passará este País, neste ano. O que é importante para a população perceber, o povo brasileiro, que vai eleger Governadores, Presidentes, Deputados e Senadores? Nós temos percebido um terrorismo eleitoral. Qual é esse terrorismo eleitoral? É o chamado risco-Brasil, onde bancos internacionais, revistas de análise econômicas internacionais, obviamente, dizem que o crescimento de uma alternativa de projeto programática neste País o coloca em risco. Ora, risco, talvez, para os poderosos; risco, talvez, para a elite econômica mundial. Agora, há risco para a população brasileira? Ou isso, Ver. Pedro Américo Leal, na verdade, é praticamente uma chantagem eleitoral, onde se diz: “ou continua tudo como está, ou nós dizemos que o Brasil está sob risco”. Isto não é democrático, isto é interferência direta do processo democrático e soberano de um País. Desde quando instituições internacionais de análises econômicas podem dizer o que é melhor ou não para o País, que não o seu próprio povo? Desde quando um megaespeculador é quem vai dizer quem é o melhor candidato para o País e tentar chantagear a escolha e o voto soberano de cada cidadã e cada cidadão deste País? Quem é o candidato do George Soros, se não é o Lula? Será que, para Soros, é melhor para o Brasil ou para os seus interesses econômicos? Ele é brasileiro, por acaso? Interessa para ele o crescimento do País? Eu acho que não. Ele achar que é ruim o nosso candidato Lula à Presidência da República, já significa que ele é muito bom para os interesses do nosso País, porque, certamente, não será para os seus interesses.

Outro aspecto importante: que nós tenhamos a atenção sobre este processo eleitoral. Nós, da Frente Popular, PT, PC do B, e PCB estamos apresentando para a população do Rio Grande do Sul e brasileira um projeto testado, experimentado à frente de muitos Estados e muitos Municípios, capaz de ser analisado não só na teoria, mas na prática, uma forma de governar. O que está sendo apresentado em contraposição à nossa proposta? Qual é o programa que eles apresentam? Senão apenas um antipetismo, quase irracional, um ódio misturado com rancor, que une quem faz política dessa forma. Nós não fazemos política dessa forma. Esta é a nossa diferença também. Há pouco tempo, vimos um programa político no horário eleitoral, aqui no Estado. O que ele apresentou como proposta, senão um antipetismo irracional, raivoso, rancoroso, odioso? Qual é mesmo o programa que estão apresentando para o Rio Grande do Sul? Nós temos proposta de crescimento, de desenvolvimento, de participação popular. O que se apresenta para além do ódio? Qual é o programa? Porque, agora, ninguém mais é a favor das privatizações, programa defendido por todos os partidos anteriormente que fazem oposição ao nosso projeto. Agora, são todos contra. Nenhum implementou a participação democrática, a participação popular direta da população. Agora, todos são a favor. Ou bem eles não têm projeto, ou bem eles estão pegando o nosso projeto para apresentar para a sociedade gaúcha, e, ao mesmo tempo, dizendo que tem que votar contra o PT.

Eu proponho, Ver. Pedro Américo Leal, que, frente à política do ódio e a uma cópia malfeita do nosso projeto, vamos ficar com o original e com a política da justiça e da solidariedade. Por isso que temos um programa e um projeto para este Estado e para este País. Estamos apresentando em nome da Frente Popular um projeto democrático popular. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Apregoamos as Emendas n.ºs 28, 29 e 30 de autoria do Ver. João Carlos Nedel, ao PLE n.º 044/02.

O Ver. Luiz Braz está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sr.as Vereadoras, já ouvi hoje um Vereador petista, desta tribuna, dizer que a Ford causou problemas econômicos na Bahia. E o incrível é que a região do Rio Grande do Sul, aliás, uma das únicas regiões que cresce aqui é a região de Gravataí, que é a região onde o ex-Governador Britto conseguiu atrair para lá uma montadora de automóveis, que causa realmente o progresso do Rio Grande do Sul. Eu não sei por que a Ford, que é também uma montadora de automóveis, na análise dos petistas, foi lá para a Bahia e causa problemas para os baianos! Eu queria que esses problemas tivessem sido causados aqui em Guaíba. Se isso tivesse ocorrido, Guaíba não estaria vivendo naquela pobreza extrema que estão vivendo todos daquela região, pois, de acordo com a política petista, plantar pé-de-couve é mais rentável do que produzir automóvel. Eu não ouvi também, daqui desta tribuna, da liderança petista, que o candidato Sr. Lula é, realmente, o candidato que tenha a capacidade de fazer com que o Brasil saia deste estágio econômico e social e consiga, realmente, progredir.

Ver. Pedro Américo Leal, eu gostaria que as pessoas que vão dar o seu voto no mês de outubro que, por favor, visitassem as escolas do Rio Grande do Sul e vissem o que está acontecendo em matéria de educação no Rio Grande do Sul. Essa educação que foi tão badalada pelo PT, fazendo com que professores invadissem a Praça da Matriz e protestassem contra os ex-governadores e que, agora, não vejo mais nenhuma manifestação. Eu visitei mais de cinqüenta escolas e vi com os meus próprios olhos e ouvi com os meus ouvidos, e o que senti foi temor nos olhos dos professores. Um terror invadindo diretores de escolas, porque não há solução para a educação no Rio Grande do Sul, por causa desse sistema educacional implantado pelo PT.

E é isso que eles querem fazer no Brasil! Não basta isso... Eu quero que visitem as vilas populares e cheguem até os postos de saúde e vejam as pessoas mais pobres deste Município procurando remédios e não os encontrando. Os postos de saúde não têm remédios para atender à população. E querem, Ver. João Antonio Dib, implantar esse sistema e dizer que com isso vão salvar o Brasil. Ou, de repente, eles vão salvar o Brasil da forma como estão fazendo aqui em Porto Alegre e no Rio Grande do Sul, com muita propaganda nos meios de comunicação! Sessenta milhões de reais são gastos pelo Governo do Estado e mais de 10 milhões, 15 milhões de reais são aplicado em propaganda pelo Município de Porto Alegre. Com tanta propaganda assim nos meios de comunicação, é claro que estão contando para todo o mundo que vão salvar o Brasil; estão salvando o Rio Grande do Sul. Coitados daqueles que continuam pensando assim por se basearem nesta propaganda mentirosa que é transmitida através dos meios de rádio e televisão falando do tal de Orçamento Participativo! Quem acreditar nessa propaganda mentirosa vai, realmente, mais uma vez, se frustrar, porque essas pessoas estão gastando muito dinheiro! Eu estou dizendo que são 60 milhões de reais pelo Governo do Estado, mais 15 milhões de reais pelo Governo do Município. É assim que nós vamos salvar o Brasil?

Eu compareci ontem, rapidamente, no lançamento inicial do Plano de Governo do Sr. Britto. Lá eu vi que ele elegeu duas áreas que são extremamente representativas para nós do Rio Grande do Sul, porque são áreas que estão demolidas. Ver. Pedro Américo Leal, Segurança Pública - V. Ex.ª que é um expert em Segurança Pública -, se não for feito algo nessa área, nós estamos perdidos, porque hoje todo mundo tem medo de sair na rua, porque a Segurança Pública imposta pelo PT, esse esquema do PT, acabou realmente fazendo com que todo mundo tenha medo extremo.

Também a área desemprego. Ora, quem sabe, Ver. Marcelo Danéris, se tivéssemos a Ford em Guaíba, talvez tivéssemos menos desemprego no Rio Grande do Sul, porque a política do pé-de-couve implantada pelo seu Governo não deu resultado, Vereador. Talvez a política da montadora de automóveis fosse melhor para o Rio Grande do Sul, assim como está sendo boa para aquela região de Gravataí, que é um exemplo do que poderia ser a região de Guaíba que infelizmente está vivenciando ali uma grande pobreza. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Cassiá Carpes está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. CASSIÁ CARPES: Sr. Presidente em exercício, Ver. Paulo Brum, Sr.as Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores, em primeiro lugar queria dizer que hoje faz um ano que perdemos a nossa companheira de Partido, a Ver.ª Tereza Franco, a “Nega Diaba”. Entre vários Projetos, a Vereadora apresentou um que obriga a implantação de microcâmera, filmadora no interior dos transportes coletivos em Porto Alegre, e também a indicação de preços nas mercadorias junto ao Código de Barras. Foi uma perda muito grande para o nosso Partido, para esta Câmara, pelo que representava a “Nega Diaba” e para os mais pobres, que era a camada social que ela representava e com a qual ela mais se identificava.

Em segundo lugar, quero dizer que um levantamento do Governo Federal sobre o uso de drogas no País, hoje, apresentada à Nação, é estarrecedor! A cada cinco brasileiro, um já consumiu drogas, e a nossa Região Sul tem o maior consumo de drogas. Conseqüentemente, a nossa Capital, já era colocada nas pesquisas como uma das mais progressivas nesse aspecto do uso de drogas, o que nos preocupa. Preocupa o cidadão porto-alegrense, gaúcho e suas famílias.

Quero aqui me referir, para podermos usar uma reflexão, até não é uma afirmação, é uma reflexão, para aqueles que pregam a abertura do comércio aos domingos. O Presidente da AGAS, João Carlos de Oliveira, pediu e atribuiu a desaceleração do setor, neste ano, ao encolhimento do poder de compra da população e ao crescente comprometimento da renda com tributos e tarifas básicas. Portanto, caiu a renda. O tributo chega a 34,4%; os juros do nosso País são o segundo maior do mundo, só perdendo para a Polônia, com 9,9%.

Portanto, como abrir o comércio aos domingos, se a população não tem aumento de salários? Aí, abrirá só para os grandes que, nos supermercados, está aí a prova: os supermercados tiveram um recuo de 5,77% abrindo aos domingos, com acerto com os trabalhadores, abrindo aos domingos e teve um recuo de 5,77%; os supermercados que vendem alimentação! Portanto, serviço básico para a população.

Os grandes abrem aos domingos, levam esse mesmo dinheiro que é da segunda, da terça, da quarta, da quinta, da sexta e do sábado para os grandes, praticamente liquidando com o comércio da Azenha, do Centro, da Av. Assis Brasil, os maiores centros e dos demais bairros da Cidade, porque o mesmo dinheiro que circula no domingo é o mesmo que vai circular na segunda, na terça, na quarta, na sexta, porque o salário é o mesmo, cada vez mais defasado. E me surpreende quando vêm para a Casa, em ano eleitoral, projetos para abrir o comércio aos domingos, quando nós sabemos que quem tem de acertar isso, como já foi acertado com os supermercados – conforme afirmação dos veículos de comunicação – são as categorias. Mas trazem o Projeto para esta Casa para os holofotes, porque é ano eleitoral, e vamos usar os holofotes dizendo que tem de abrir o comércio aos domingos. Mas não é isso que as pesquisas estão mostrando.

Quero dizer também ao Líder do PT, que as contradições da política estão em todos os partidos. O PT antes era contra a CPMF, hoje é favorável. Então, vejam como mudou do PT. E é por isso que não participo de reuniões de oposição, porque cada partido tem a sua peculiaridade. Para mim, o trabalhista é trabalhista, o liberal é liberal. O PT não sei o que é: uma hora é socialista, outra hora é mais à esquerda. Nesse aspecto, o PT também comete erros, e os políticos, nós, em geral, devemos ter mais coerência. Não adianta unir vários partidos para fazer frente, quando na realidade têm ideologias diferentes. Isso não dá para o eleitorado uma firmeza, uma tranqüilidade. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, serei breve, muito breve. Nós todos choramos a ausência da Ford no Rio Grande do Sul. Para que tenhamos a certeza de que era acertada a sua presença, no Rio Grande do Sul, vejam o Prefeito de Gravataí, Dr. Bordignon, aluno do Tarso Fernando e do Raul Jorge: “Tribunal de Contas nega contratos emergenciais. Tribunal de Contas do Estado determina a exoneração de 473 cargos emergenciais na Prefeitura de Gravataí, por ser um procedimento inconstitucional. A decisão do Tribunal coincide com o novo Projeto do Prefeito Daniel Bordignon, que renova 675 dos 1.055 contratos emergenciais. Cabe recursos.” Se não fosse a GM ele estaria gemendo e não colocaria 1.055. E não renovar, de forma absolutamente ilegal, como fizeram Tarso Fernando e Raul Jorge e como está fazendo também o João Verle. Saúde e paz! Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Havendo quórum, passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

O SR. ISAAC AINHORN (Requerimento): Sr. Presidente, atendendo a um consenso entre as Bancadas de oposição somadas às Bancadas da base governista, nós acordamos o seguinte encaminhamento para os trabalhos de votação da tarde de hoje. Primeiro, o PDL n.º 001/02; segundo, o PLE n.º 026/02; terceiro, o PLL n.º 161/00. Logo após, a votação de um Requerimento que autoriza a viagem do Ver. Beto Moesch, e por último o PLCL n.º 014/01.

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Em votação o Requerimento de autoria do Ver. Isaac Ainhorn. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 0949/02 – PROJETO DE DECRETO LEGISLATIVO Nº 001/02, de autoria do Ver. João Antonio Dib e outros, que susta os Decretos nºs 13.650, de 27 de fevereiro de 2002, 13.651, de 27 de fevereiro de 2002 e 13.652, de 27 de fevereiro de 2002 e seus efeitos. Urgência.

 

Parecer Conjunto:

- da CCJ, CEFOR, CUTHAB e CEDECONDH. Relator-Geral Ver. Luiz Braz: pela aprovação do Projeto.

 

Observações:

- discutiram a matéria, em 12-06-02, os Vereadores S.Melo e J.Pinheiro;

- discutiram a matéria, em 14-06-02, os Vereadores M.Danéris (cedeu p/J.Pinheiro), F.Záchia (cedeu p/S.Melo), R.Pujol, E.Xavier, J.A.Dib, M.Celeste (cedeu p/E.Xavier) e Z.Valdir.

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Em discussão o PDL n.º 001/02. (Pausa.) Não havendo quem queira discuti-lo, em votação. O Ver. Estilac Xavier está com a palavra para encaminhar o PDL n.º 001/02.

 

O SR. ESTILAC XAVIER: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, por mais de uma oportunidade viemos a esta tribuna para contestar a pretensão do Ver. João Antonio Dib e outros signatários que pretendem sustar o Decreto do Sr. Prefeito que realinhou as tarifas do DMAE e a tabela de serviços complementares. O fizemos com convicção, porque em todas as oportunidades que defrontamos esse assunto o próprio Ver. João Antonio Dib, que entende que tarifa é a forma adequada, por decreto, para se fazer o realinhamento e os reajustes no Departamento Municipal de Água e Esgotos, agora tenta sustar esse Decreto com base em dois argumentos.

Nós temos reiteradamente falado, e o fazemos novamente, em nome da nossa Bancada, porque são dois os argumentos: o primeiro, que o Prefeito não tinha competência legal para, por decreto, fazer o realinhamento. Ora, o Ver. Sebastião Melo intentou em sede de mandado de segurança questionar a capacidade do Sr. Prefeito e a sua competência de decretar a tarifa; nem falamos no índice, vamos falar só da capacidade de competência. Pois bem; o Judiciário, expresso pela figura do Juiz de Direito Almir Porto da Rocha Filho, do 1.º Juizado da 4.ª Vara da Fazenda Pública, disse o seguinte: “É competência, pelas leis municipais, o Prefeito, por decreto, realinhar os reajustes da água e os serviços complementares”. Isto está aqui. Sentença de mérito no mandado de segurança, recorrido, é evidente, mas aqui está já um primeiro pronunciamento positivo em relação ao ato do Sr. Prefeito, ao Decreto.

A segunda argumentação do Ver. João Antonio Dib e de outros signatários é de que a legislação só permitia que o Prefeito desse um reajuste tarifário pelo IGPM, porque era isso que estava lá no Decreto, esquecendo a Lei n.º 2.312, que diz que a tarifa deve ter na composição do seu percentual 25% destinados para cobrir investimentos. Para isso foi feita uma auditoria ou um estudo comprobatório dessa situação, e aí novamente o mesmo Juiz declara: “O Prefeito tem direito de corrigir acima da inflação”. Não confundindo realinhamento com reajuste. O mesmo Juiz - eu leio para que não se crie dúvida, porque ele enfrentou a matéria no seu mérito, independente de ele concordar ou não se os valores dos 18% ou algo em torno disso, eram corretos ou não. Então, o que diz o Sr. Dr. Juiz? (Lê.) “A Lei Complementar n.º 206 determina a remuneração do serviço de distribuição de água e captação de esgoto pela forma de tarifa, atendendo aos custos de operação, expansão do sistema.” É exatamente disso que se está tratando. E diz mais ele, adiante, Ver. Pedro Américo Leal. “Não pode ser confundida a situação de reajuste para a reposição inflacionária.” Que são feitas pelo IGPM na forma do art. 36, da Lei n.º 170 com realinhamento de tarifas, o que deve ser feito.

O que está em jogo aqui a par dessas duas questões que foram aqui, por argumentos do Magistrado, derrubadas, a questão do IGPM e a da competência, tem uma outra questão: o órgão de saneamento da Cidade se chama DMAE, é um órgão de excelência e é responsável hoje por um excelente trabalho e um serviço de água na cidade de Porto Alegre, que teve incrementado de 2%, por exemplo, da sua coleta de esgoto para 27% agora, e poderá chegar daqui a quatro ou cinco anos em 77%. Coleta e tratamento de esgoto em doze ou treze anos de trabalho, perseguidos pelo Departamento Municipal de Água e Esgotos.

Então, Sr. Presidente, estamos encaminhando contra o Decreto do Legislativo que susta os decretos administrativos do Sr. Prefeito, com base nesses argumentos. O argumento da legalidade, portanto da competência e, por último, da finalidade social do órgão, porque água é saúde. Para cada 2 dólares investidos em água nós economizamos 10 dólares em saúde. Somos contra, Sr. Presidente. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para encaminhar o PDL n.º 001/02.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, sou um homem que não afronta ninguém, jamais fiz isso na minha vida. Enfrentei muita gente!

Na sexta-feira, com a tranqüilidade, com a simplicidade, com a seriedade que sempre acompanha meus atos, eu perguntava se à ação, interposta pelo Ministério Público também já havia sido julgado o mérito. Foi-me respondido que sim e que o Juiz havia dito que o Prefeito podia fazer o que fez. Não é verdade!

O que aconteceu na Ação do Ministério Público é que o Ministério Público pediu um mandado de segurança, o Juiz negou, o Ministério interpôs Agravo, o Procurador deu Parecer favorável ao mandado de segurança e a Junta da 4.ª Vara, por dois votos contra um, não deu o mandado de segurança, mas não votou o mérito. Essa é a verdade, toda verdade e tão-somente a verdade.

Sr. Presidente e Srs. Vereadores, no Direito Público, eu posso fazer aquilo que me é permitido. Aqui, no caso, a Lei Complementar n.º 250 diz que o preço básico pode ser acrescido de IGPM mensal. Isso está permitido. E todos os meses o Prefeito fez um Decreto igual a este, e aqui ele não fala em realinhamento, apenas estabelece os preços a serem cobrados a contar de 1.º de fevereiro pelo serviço do Departamento: serviço de distribuição de água, preço básico por metro cúbico. Ele apenas repetiu Decretos que fez anteriormente, até por falta de competência e até por pressa, também, de abandonar a Prefeitura.

Agora, eu devo dizer ao povo de Porto Alegre que, às vezes, eu sou vaidoso. Eu sou vaidoso com aquilo que fiz no DMAE. Eu sou um dos responsáveis por que esta Cidade tem 97%, e não 99,5% - como se mente tranqüilamente -, da população abastecida. Nós organizamos o DMAE, nós demos as condições necessárias para, hoje, tratar o esgoto. Nós fizemos as redes, nós fizemos emissários, nós fizemos as obras que tinham de ser feitas; nós duplicamos a capacidade de tratamento das estações de tratamento de água. Nós demos as condições para continuar fazendo, porque nós não tínhamos o dinheiro do Planasa, nós não tínhamos 250 milhões de reais arrecadados da taxa de pluvial. E o DMAE para fazer qualquer coisa tem de fazer empréstimo. Mas se nós tivéssemos 250 milhões de reais para aplicar, nós também teríamos feito alguma coisa a mais, porque também não dava para fazer a estação de tratamento, mesmo tendo os 250 milhões de reais, porque primeiro eu precisava de rede e o emissário, isso é coisa de engenheiro. E eu não fico preocupado quando um engenheiro ocupa a tribuna, mas eu tinha 2%, agora tem 20%, vai ter 27%, vai ter 77%. Eu não coloco dúvidas. Mas se não houvesse rede, se não houvesse emissário, isso tudo seria história da carochinha. E a história da carochinha de quem cobrou 250 milhões de reais pela taxa de pluvial. Não era taxa de esgoto cloacal, o mesmo valor do esgoto cloacal coletado. Aliás, eles, na ânsia de fazer publicidade, já fizeram barbaridades com o esgoto cloacal, dizendo que abastecia 99,5% da população com água tratada – aquelas enormes propagandas da Cidade Viva -, e 99,5% com esgoto. Eu nunca abasteci a população com esgoto, só a administração atual. Essa administração da Prefeitura que já abasteceu, segundo eles, eles assinaram - eu acredito neles, não vou pensar que eles estão mentindo, ou então é absoluta incompetência. Eu nunca vi ninguém abastecer a população com esgoto. Só nas administrações que passarem pelo DMAE, que terceirizaram; que empregaram mais pessoal, que não usaram os servidores que tinham competência extraordinária, foram todos delegados a segundo plano. Por isso, hoje, o DMAE não sabe o que fazer mesmo. Saúde e paz! Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra para encaminhar o PDL n.º 001/02.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a causa é boa, a defesa das prerrogativas do Legislativo e dos interesses da população de Porto Alegre é boa.

Nós, Vereadores, andaríamos mal, eminente Ver. Pedro Américo Leal, se permitíssemos, se silenciássemos frente a um tarifaço da água e ficássemos omissos. Se silenciássemos frente a um tarifaço da água, como foi o praticado pela Administração petista nesta Cidade, acima da inflação, estaríamo-nos omitindo frente aos interesses maiores da população de Porto Alegre. Porque não adianta virmos aqui, como Vereadores da cidade de Porto Alegre, usarmos os nossos espaços de Liderança, usarmos os nossos espaços de manifestação como parlamentares e contestarmos o que acontece no Governo Federal, de aumentos acima da inflação e, quando chega em Porto Alegre, onde o Vereador detém a competência para responder pelos assuntos da Cidade, e simplesmente ficássemos silentes, sem nenhuma ação.

Hoje, esta Câmara, ao votar o Projeto do Ver. João Antonio Dib, de Decreto Legislativo, que “estabelece a nulidade dos Decretos de aumento da água acima da inflação”, cumpre com o seu dever legal. E cumpre com a sua função ética de defesa dos interesses da população de Porto Alegre, porque não é crível, o bom senso não recomenda nenhum aumento de preços de tarifas acima da inflação sem que esta Casa se manifeste. Aliás, este é o meu pensamento, que introduzi na norma jurídica do Imposto Territorial e Urbano da cidade de Porto Alegre, no ano de 1992. Antes que houvesse as manifestações dos tribunais, de decreto de aumento da planta de valores pudesse ocorrer acima da inflação, sem lei municipal. Antes que os Tribunais já se manifestassem, este Vereador foi o autor de posição de que aumento de IPTU acima da inflação tem que ter o beneplácito desta Casa. Em função disso, nós sustamos, durante os últimos anos, os abusos e as violências do Poder Público Municipal, das administrações petistas que, na base da publicidade milionária, continuam respondendo pelos interesses da Cidade. Tenho profundo respeito pelos Vereadores e pelos dirigentes da Administração Municipal, até porque foram eleitos pela manifestação soberana do voto, e por ela eu tenho respeito. Agora, não posso concordar que o PT, que é um Partido que tem na sua trajetória a defesa dos interesses da população; não posso concordar que um Partido com a tradição libertária do PC do B, que sempre se manifestou contra os aumentos abusivos praticados pelo Governo Federal, Ver. Elói Guimarães, seja conivente com os aumentos acima da inflação em nível municipal, sem lei. Mas para que serviria, então, a nossa Câmara Municipal, senão para discutir aumentos de taxas, tarifas, quando elas se colocam acima da inflação? Os patamares da inflação, o Prefeito tem o Decreto. Aliás, isso ocorreu há anos, no primeiro mandato do Prefeito Tarso Genro, quando para aumentar a tarifa da água acima da inflação, ele encaminhou um projeto de lei para esta Casa.

Portanto, nesse momento, a Bancada do PDT vai votar, na totalidade dos seus votos, declarando sustados os decretos que aumentaram a tarifa da água acima da inflação. E nós entendemos que é um dever ético, de compromisso com a Cidade de Porto Alegre, bem como, do ponto de vista jurídico, que não há uma contemplação por parte da lei e uma previsão de que tenha o Poder Público, o Executivo, competência para aumentar a tarifa da água acima da inflação na Cidade de Porto Alegre sem a necessária autorização Legislativa. Portanto, se o Governo Municipal for às barras dos Tribunais debater esse assunto, que belo assunto, que bela manifestações. Teremos condições de extrair daí um grande debate, primeiro nesta Casa; depois, no Tribunal, que é um fórum competente para soluções dos conflitos entre homens de bem. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para encaminhar o PDL n.º 001/02.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, enfim, estamos aqui a votar com atraso o Decreto Legislativo que desautoriza os atos abusivos do Sr. Prefeito que deixou a Cidade, relativamente aos aumentos da água e da taxa de esgoto acima da inflação. Eu acredito que esta Casa já tem de pensar no segundo lance, porque aquele que não respeita a Lei, que aumenta em mais de 30%, mas, na prática, chegou a quase mil por cento das taxas, aquele que não cumpre a Lei das Passagens a que tem direito o trabalhador desempregado desta Cidade, o Prefeito interino e o titular também não cumpriram a Lei. Nós temos de pensar já, Ver. Elói Guimarães, V. Ex.ª que preside a Comissão de Justiça, é que esse Decreto vai ser aprovado, e o Prefeito interino não vai voltar atrás da decisão que o Prefeito renunciante tomou lá na calada da noite, quando assinou o Decreto fora de Porto Alegre, porque muito pouco ficou em Porto Alegre neste um ano e pouco desse segundo mandato de Prefeito da Cidade. A Casa já tem de pensar no que vai fazer, porque, se o Decreto Legislativo tem por fito desfazer o ato abusivo do Prefeito, e se o Prefeito não cumpre aquilo que o Decreto Legislativo determina, a esta Casa não resta outro caminho, senão tomar providência e abrir um expediente por não-cumprimento de decisão aqui desta Casa. Eu espero e tenho certeza, e estou dizendo isso na hora da votação, porque ele não vai cumprir, e a Casa não vai poder ficar de braços cruzados, porque aí a Emenda vai ficar pior do que o soneto, qual seja, vamos votar um Decreto Legislativo para desfazer aquilo que o Prefeito exacerbou no exercício do seu mandato, e daqui um pouco a Casa vota o Decreto, o Prefeito não desfaz o aumento, penalizando o trabalhador, e aí, Ver. Isaac Ainhorn, V. Ex.ª tem razão, se nós analisarmos, eu pergunto, qual foi a categoria seja pública ou privada... Os funcionários federais há sete anos não têm aumento, os funcionários públicos municipais têm a reposição da inflação, apenas da inflação, e o Prefeito, que, por um lado quando era o Pref. Tarso Genro concedeu aumento por outro índice, foi para a Justiça, e comemorou com grande galhardia, aqui nesta Casa, a bancada governista, porque retirou aqueles 27% que os Funcionários Públicos Municipais haviam ganho aqui na Justiça Estadual. Eu pergunto, qual foi a categoria, em Porto Alegre, no Brasil, no Rio Grande que teve um aumento de 30% em seu salário? Será que foi no Estado? Será que foi na iniciativa privada? Não, pois então esse aumento de água e esgoto é abusivo, porque nenhum trabalhador desta Cidade teve aumento acima da inflação. Mais do que isso, se o Prefeito entendia que mesmo que a inflação que ele vinha a repor não era suficiente para fazer os investimentos no DMAE, ele não poderia ter feito isso sem passar essa discussão pelo Legislativo. Essa é a questão fulcral dessa decisão, é nessa questão que deve estar esteada essa decisão dos Srs. Vereadores. Esta Casa não pode ser reboque do Poder Executivo, não pode ser caudatária do Poder Executivo, e não pode ser carimbadora do Poder Executivo. Este é um Poder e como Poder deve ser respeitado, e se há uma lei que foi votada e o Prefeito desrespeita essa Lei e aumenta acima da Lei que os Vereadores em outra Legislatura votaram nesta Casa, evidente que não resta outro caminho a não ser desfazer o aumento abusivo através do ato que é o Decreto Legislativo.

Sr. Presidente, eu tenho certeza absoluta que esta Casa, pela maioria, pela sua oposição, porque o governo está aqui defendendo o aumento, agora, mas no discurso ele defende o povo, mas na prática ele aperta o bolso do trabalhador, mas no discurso ele defende a inclusão social. Aliás, já deve ter passado aqui na tribuna, hoje, vários Vereadores do Governo dizendo que defendem a inclusão social, mas na prática, na hora do aumento, eles vão ficar com o aumento, e nós vamos ficar com o aumento, e nós vamos ficar, evidentemente, com o trabalhador e vamos desfazer esse aumento abusivo. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Elói Guimarães está com a palavra para encaminhar o PDL n.º 001/02.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, o argumento ponderável trazido pela sustentação política do Governo dá-se com uma informação de que existe decisão judicial, e aí fico a indagar se trata de sentença ou da apresentação da prestação jurisdicional. Prefiro ficar com a última hipótese, porque a matéria está em alçada de recurso, e confirma V. Ex.ª que há recurso da decisão proferida em Primeiro Grau. Então, nós estamos diante de uma apresentação da prestação jurisdicional, e não temos sentença, porque só se tem a sentença, a coisa julgada, a res judicata, quando transitada em julgado a decisão, seja em Primeiro Grau ou em instâncias superiores. Esse é o argumento trazido pela situação.

O estado de direito, enfim, as regras são cogentes ao administrador. Não dispõe o administrador da faculdade de decidir quando a norma estabelece uma regra. Há uma regra estabelecida nessa questão. O Prefeito tem competência para aumentar, reajustar, realinhar, não importa o termo, a água, tem. Em que condições tem? Até os limites da inflação. Quando ele passa dos limites da inflação, ele incide, Ver. Pedro Américo Leal, numa infração, deixa de cumprir uma norma, uma lei municipal que estabelece os limites da sua ação, e aí ele exorbita, ele se transforma – a expressão que vou usar não tem a força, mas é a tirania. O administrador quando escapa, quando emerge, quando se distancia da lei passa a exercer uma certa tirania, que o estado democrático de direito as liberdades democráticas condenam. Só descumprem a lei os ditadores. E as ditaduras se manifestam mesmo num estado de direito democrático, quando o administrador refoge da sua competência. Existe o Judiciário, diz o Ver. Estilac Xavier, que é bem verdade, que apenas apresentou a prestação jurisdicional. A matéria não está esgotada. Então, diante da leitura, da interpretação literal do material existente, ou seja, das normas que tratam da matéria, nós não vislumbramos outra saída, se não a de nos colocarmos na linha de aprovação do Decreto Legislativo de autoria do Ver. João Dib e de outros Vereadores. No sentido de resgatar o quê? Resgatar a legalidade que poderá, evidentemente, no Judiciário, ter o destino que este lhe der. Mas nesta fase do debate, nesta fase em que as coisas vão se desenvolvendo, nós só temos uma saída, diante dos textos explicitados, não temos outra saída, se não resgatar a legalidade que foi pisada, enxovalhada, enfim, a exorbitância de que se valeu o Prefeito, no sentido de cobrar um preço que não está na conformidade da lei. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para encaminhar o PDL n.º 001/02.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores, eu quero dizer, inicialmente, que vou votar favoravelmente ao Projeto de Decreto Legislativo. Mas quero dizer do entendimento que eu tenho a respeito dessa matéria, até para que alguém não diga que eu votei enganado. Eu não estou votando enganado. Estou votando sabendo o que estou fazendo.

Nós temos, Ver. Pedro Américo Leal, a natureza jurídica da tarifa e nós temos a natureza jurídica do tributo. A natureza jurídica do tributo nos força a fazer com que haja lei para qualquer alteração, para qualquer modificação que façamos, quando esse tributo está, de uma forma ou de outra, imperando no regramento jurídico.

A natureza da tarifa é diferente. A tarifa não é imposta por lei. A tarifa é um preço público. A tarifa é um contrato que é feito entre o Poder Público e setores da sociedade. Esse contrato é, praticamente, um contrato de adesão. As pessoas que aderem a esse contrato estão aderindo porque querem. É por isso que nós não podemos cobrar a água, o esgoto, através de preço público, porque não cabe aqui esse entendimento do contrato, teria que ser feito através de taxa, teria que ser feito através de tributo. Mas, erroneamente, nós temos a legislação do nosso Município dizendo que é preço público, dizendo que é tarifa. E aí se resolveu fazer o seguinte: se resolveu colocar uma máscara nessa tarifa e dizer que, para aumentar essa tarifa, tem que ser apenas dentro daqueles índices inflacionários, senão deverá passar por aqui. Ora, estou ferindo completamente a natureza do instituto e, se eu estou ferindo a natureza do instituto, eu estou indo contra a Constituição. É por isso que todas as tentativas que foram feitas aqui por Vereadores desta Casa, para derrubar o Decreto do Prefeito, e eu não apoiei essas tentativas, todas essas tentativas, já visadas por mim, não deram resultado, porque o Tribunal teve entendimento diferente daquele que tinham os Vereadores desta Casa.

Mas, para mim, Vereador, se existia um erro legislativo, no passado, e se tem lá uma tarifa mascarada, como se tributo fosse, eu vou aceitar esse erro como se fosse um acerto e vou votar favoravelmente ao Projeto de Decreto Legislativo do Ver. João Antonio Dib. Mas sei que a legislação está errada. Tenho plena convicção de que a Legislação do Município está errada. Hoje, os doutrinadores modernos, nenhum deles diz contrariamente isso que estou dizendo aqui. Todos os doutrinadores modernos dizem exatamente isto: que o custo de água, de esgoto, de energia elétrica, tudo tem de ser feito através de tributo, porque tem de passar pelo Parlamento. Só que a Legislação daqui está errada, e acho que, quanto à tentativa do Ver. João Antonio Dib, do Ver. Sebastião Melo, de tentar derrubar esse aumento, existe um mérito grandioso desses Vereadores ao tentarem derrubar esse aumento e eu vou votar favoravelmente a isso.
Agora, acredito eu que, juridicamente, realmente não estejamos bem embasados para fazer a legislação desta forma, mas é claro que, depois de votar aqui, é claro que o Sr. Prefeito Municipal, novamente, vai para a Justiça e eu acredito que, na Justiça, nós estaremos perdendo.

É por isso que tenho aquele Projeto para ser votado aqui, para transformar tarifa em taxa, nessa cobrança do custo da água, a fim de que nós, realmente, não precisemos passar por essa angústia de esperar a decisão do Judiciário, se o Prefeito pode ou não pode aumentar a água por decreto como o fez. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Em votação o PDL n.º 001/02. A votação será nominal, por solicitação do Ver. Sebastião Melo.

 

O SR. ISAAC AINHORN (Questão de Ordem): Sr. Presidente, gostaria que V. Ex.ª - e eu, na condição, neste momento, de coordenador dos blocos de oposição - definisse como será a votação, porque se trata de Decreto Legislativo. É uma votação normal?

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): A votação será normal, por maioria simples, portanto temos que ter 17 Vereadores em Plenário, e o voto da maioria decide. “Sim” aprova o Projeto e “não” rejeita o PDL n.º 001/02. (Pausa.)

(Após apuração nominal.) APROVADO o PDL n.º 001/02 por 17 votos SIM, 10 votos NÃO e 01 ABSTENÇÃO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 1240/02 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 026/02, que cria o Fundo Monumenta Porto Alegre e dá outras providências. Urgência.

 

Parecer Conjunto:

- da CCJ, CEFOR, CUTHAB e CECE. Relator-Geral Ver. Antonio Hohlfeldt: pela aprovação do Projeto.

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Em discussão o PLE nº 026/02. (Pausa.) Encerrada a discussão. Em votação. O Ver. Antonio Hohlfeldt está com a palavra para encaminhar o PLE nº 026/02, como relator.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, apenas para registrar, em primeiro lugar, que o Projeto que cria o Fundo Monumenta chega ao Plenário através de um acordo amplo da bancada de situação e das bancadas de oposição, traduzido num Parecer favorável ao Projeto, e há a apresentação de seis emendas assinadas por diversos Vereadores – por este Vereador relator, pelo Ver. Cassiá Carpes, pelo Ver. Marcelo Danéris, pelo Ver. Carlos Alberto Garcia e pelo Ver. Almerindo Filho. É um projeto que garante verba federal, por força de convênio, com contrapartida do Município para recuperação da área central da Cidade, e, segundo uma das emendas, dois anos depois, havendo ainda disponibilidade monetária, passamos a fazer também recuperação de prédios históricos no restante da Cidade. Dentro desta negociação, desenvolvida com a bancada de situação, também encaminhamos a aprovação do Projeto do Ver. Paulo Brum, de comum acordo com o Ver. Marcelo Danéris, Líder do PT, que cria a adoção de monumentos por entidade, empresa ou pessoa física no Município. Então, na mesma perspectiva, uma preocupação também com a garantia de manutenção e recuperação de monumentos.

Eu aproveito para registrar que hoje, por absoluta casualidade, recebi da editora da PUC um livro do Prof. Arnoldo, que estuda exatamente a estatuária de Porto Alegre e do Rio Grande do Sul, Ver. Elói Guimarães. O conjunto de estátuas que, ao longo dos séculos XIX e XX, foram criadas e postas nas ruas de Porto Alegre e das grandes cidades do Rio Grande do Sul, que, de uma certa maneira, balizam a evolução ideológica do Estado do Rio Grande do Sul.

Ao mesmo tempo, hoje à tarde, no Salão de Iniciação Científica de Acadêmicos da PUC, tive a oportunidade, conversando com uma das professoras orientadoras de pesquisa, de verificar que também se desenvolve uma pesquisa sobre obeliscos nas cidades do Brasil, que são também tipos de monumentos quase sempre relativos a comemorações, datas ou grandes eventos.

Então, por todos esses motivos, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, ao encaminhar favoravelmente o Projeto, com as seis emendas, porque é esse o acordo que nós firmamos, e mais o Projeto do Ver. Paulo Brum, eu quero aqui destacar que Porto Alegre, que tem sido pioneira numa série de debates, numa série de propostas, ganha também a possibilidade, ao aprovar este Projeto e poder encaminhar inclusive a assinatura do acordo no dia de amanhã, de garantir a manutenção e a recuperação de prédios históricos e de monumentos. Acho que isso é importante para a Capital dos gaúchos, portanto sou favorável ao Projeto enviado pelo Executivo, com as seis emendas, e favorável também ao Projeto do Ver. Paulo Brum, que se votará de imediato, que é o PLL nº 161/00, Proc. n.º 2.196/00. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Elói Guimarães está com a palavra para encaminhar o PLE n.º 026/02.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sr.as Vereadoras, é um projeto inquestionavelmente de grande significação e até poderíamos dizer que a história agradece, porque, é bem verdade, o homem precisa do pão. Para sobreviver, ele precisa da economia, mas os valores culturais, os valores históricos, os costumes, as tradições, enfim, esse invisível que envolve as sociedades e as pessoas é fundamental para até mesmo caracterizar a razão de ser da nação, dos povos, das comunidades.

Restaurar os nossos espaços fossilizados, restaurar os nossos recantos, os nossos monumentos, criar os monumentos é um caminho de compromisso daqueles que entendem que a história é muito importante para a vida dos povos. Já se disse que não há povo sem memória, mas isso não pode ficar adstrito à expressão “não há povo sem memória.” Como é que se constrói, concretamente, essa memória? É por uma dessas formas, restaurando os nossos prédios históricos, as nossas estátuas. É por aí que se estabelece a memória.

Portanto, esse Projeto, que decorre de um convênio, enriquecido por uma iniciativa do Ver. Paulo Brum, é altamente importante, talvez não tanto para os viventes de hoje, para os contemporâneos, mas, no amanhã distante, quando o homem andará por dezenas, décadas, milênios, ele vai-se encontrar com uma realidade e poderá ter a dimensão do que foi o passado e do que é a memória. É um projeto altamente positivo, que haverá de merecer a atenção da Casa, haverá de ser reforçado como idéia, como ideologia de preservação da nossa história, dos nossos valores, das nossas tradições.

Estão de parabéns tanto o Executivo quanto o Ver. Paulo Brum pelas iniciativas, por se tentar, nesse processo tecnológico... Nada contra o processo tecnológico, mas sabemos que é um processo até certo ponto demolidor dos nossos valores. Então, quando se colocam iniciativas dessa ordem, isso é motivo de satisfação e motivo de uma grande tarde na Câmara Municipal de Porto Alegre. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Em votação o Requerimento, de autoria do Ver. Antonio Hohlfeldt, que solicita dispensa do envio das Emendas n.ºs 01 a 06 apostas ao PLE n.º 026/02 às Comissões. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Em votação o PLE n.º 026/02. Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Em votação as Emendas n.ºs 01, 02, 03, 04, 05 e 06 ao PLE n.º 026/02. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADAS pela unanimidade dos Vereadores presentes.

Convido o Ver. Aldacir Oliboni a assumir a presidência dos trabalhos tendo em vista que o próximo Projeto, o PLL n.º 161/00 é de minha autoria, portanto não posso presidir a votação, mas considero o Projeto já encaminhado pelo Ver. Antonio Hohlfeldt e Ver. Elói Guimarães. Portanto, de minha parte, estou satisfeito com o encaminhamento devido.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 2196/00 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 161/00, de autoria do Ver. Paulo Brum, que dispõe sobre a adoção de monumentos no Município de Porto Alegre e dá outras providências.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM.

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): Em discussão o PLL n.º 161/00. (Pausa.) Encerrada a discussão. Em votação o PLL n.º 161/00. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO, por unanimidade.

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Em votação Requerimento n.º 118/02, de autoria do Ver. Beto Moesch. Requerimento - já aprovado pela Mesa Diretora - solicitando autorização para representar esta Casa em seminário de meio ambiente e eventos paralelos, no Rio de Janeiro, do dia 23 a 27 de junho. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Srs. Vereadores, constatamos que não há mais quórum, portanto encerramos os trabalhos da presente Sessão.

Convocamos os Srs. Vereadores para a Sessão Extraordinária, na próxima sexta-feira, às 10h15min, somente para apreciarmos a Ordem do Dia.

Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 17h54min.)

 

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